O envelhecimento é um processo natural, mas como ele acontece e a maneira como se manifesta podem variar bastante entre indivíduos, mesmo aqueles que possuem a mesma idade. Isso se deve a uma série de fatores que envolvem genética, hábitos de vida, condições financeiras, acesso a cuidados de saúde e o ambiente em que cada pessoa vive.
Em debates recentes sobre envelhecimento, muitas vezes surgem comparações entre pessoas da mesma faixa etária, o que pode gerar discussões sobre as diferenças de aparência e vitalidade. No entanto, é importante entender que essas comparações são simplistas e não refletem a complexidade do processo de envelhecer.
A médica geriatra explica que a idade cronológica não é o único parâmetro para determinar a velhice. “Embora a definição legal de idoso seja a partir dos 60 anos, a condição física e mental de uma pessoa pode ser muito diferente, mesmo entre aqueles que têm a mesma idade. A saúde, a vitalidade e a capacidade funcional variam significativamente entre os indivíduos”, observa a especialista.
Um dos principais determinantes para um envelhecimento saudável são os hábitos de vida. Alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas e um estilo de vida com baixo consumo de álcool e tabaco são essenciais para retardar os efeitos do tempo. Por outro lado, a falta de cuidados com o corpo, como sedentarismo e má alimentação, pode acelerar o envelhecimento.
Além dos fatores comportamentais, a genética desempenha um papel crucial. As características hereditárias influenciam diretamente o envelhecimento celular, a predisposição a doenças e a longevidade. A qualidade do ambiente em que uma pessoa vive também tem grande impacto, uma vez que a exposição a poluentes, o estresse e a qualidade do sono podem afetar diretamente a saúde ao longo do tempo.
Outro ponto importante no processo de envelhecimento é o acesso a cuidados médicos e apoio psicológico. A qualidade do atendimento à saúde e a capacidade de manter um bem-estar emocional adequado podem ser um diferencial na forma como uma pessoa envelhece. Infelizmente, as condições financeiras são um fator limitante para muitas pessoas, dificultando o acesso a tratamentos e cuidados preventivos que poderiam melhorar a qualidade de vida na terceira idade.
No que diz respeito à aparência, a pele é o primeiro órgão a demonstrar os sinais do tempo. A exposição ao sol sem proteção adequada pode acelerar o envelhecimento da pele, causando rugas, manchas e até o câncer de pele. O uso diário de protetor solar e hábitos saudáveis de cuidados com a pele são fundamentais para preservar a juventude da cútis.
Além disso, a gestão do estresse e a manutenção de uma boa saúde mental são cruciais para o envelhecimento saudável. Técnicas de relaxamento, como meditação e ioga, são eficazes para reduzir os impactos negativos do estresse e garantir uma vida mais equilibrada.
A verdade é que não existe uma fórmula única para envelhecer bem. Cada pessoa tem sua própria jornada, que é influenciada por uma série de variáveis. No entanto, as escolhas feitas ao longo da vida, tanto no que se refere ao cuidado físico quanto ao bem-estar mental, têm um papel determinante na qualidade de vida na velhice.
Em última análise, envelhecer com saúde é um reflexo de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, mas também de hábitos saudáveis e acesso a condições que favoreçam o bem-estar físico e psicológico. Ao entender essas diferenças, é possível encarar o envelhecimento de forma mais realista e, sobretudo, respeitosa.
Fonte: O Tempo – Foto: Reprodução/X