A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou nesta sexta-feira (7) que o número de denúncias contra um médico mastologista de 46 anos, suspeito de estupro e importunação sexual, subiu para 10. Entre as vítimas, cinco são pacientes e cinco são funcionárias dos hospitais onde ele atendia em Itabira, na região Central do estado.
O suspeito passou por audiência de custódia no dia 4 de fevereiro, quando sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva. Dois celulares foram apreendidos para investigação.
Denúncias e modus operandi
A primeira denúncia veio de uma paciente oncológica de 52 anos, que relatou ter sido estuprada durante uma consulta médica. Segundo o boletim de ocorrência, o médico fechou a porta do consultório, a agarrou e cometeu o abuso. Após o crime, entregou-lhe uma receita médica e agendou um retorno para 90 dias depois.
Outras vítimas relataram toques indevidos, comentários impróprios e até agressões físicas. Segundo o delegado João Martins, algumas pacientes relataram que o mastologista fazia observações sobre o tamanho dos seios em relação ao quadril, além de tocar partes do corpo sem necessidade médica.
Afastamento e investigações
O médico trabalhava em hospitais da cidade e prestava serviços terceirizados para a Irmandade Nossa Senhora das Dores, responsável pelo Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), e para o Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Leste (Ciscel). Ambas as instituições informaram que o profissional foi afastado assim que as denúncias foram formalizadas.
O Hospital Nossa Senhora das Dores declarou que suspendeu imediatamente os atendimentos do médico desde o dia 27 de janeiro e que colabora com as investigações. Já o Ciscel informou que seus contratos com o profissional foram temporariamente suspensos.
Próximos passos
A Polícia Civil continua ouvindo testemunhas e aguarda os laudos periciais antes de encaminhar o caso ao Ministério Público. O delegado reforçou que outras vítimas podem procurar a polícia para denunciar.
Apesar das acusações, o registro do médico no Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) segue ativo e regular até o momento. O órgão informou que apura as denúncias em sigilo, conforme o Código de Processo Ético-Profissional do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Fonte: O Tempo
Foto: Pixabay/divulgação