A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou um inquérito para investigar o vereador Wladimir Canuto (Avante), de Felício dos Santos, por homicídio doloso. O parlamentar teria invadido a sala de emergência da Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade, interrompendo o atendimento de um idoso de 93 anos, que faleceu posteriormente.
O caso está sendo apurado pela Delegacia de Polícia Civil de Diamantina. Segundo a corporação, o vereador entrou na chamada “Sala Vermelha”, setor destinado a atendimentos de urgência e exames cardíacos, desrespeitando avisos que restringiam o acesso. Em vídeo publicado no Instagram, ele admitiu ter recebido o alerta de uma funcionária sobre a proibição de entrada, mas insistiu que tinha direito de fiscalizar o local.
Investigação por homicídio doloso
O delegado responsável pelo caso, Juliano Alencar, explicou que o crime está sendo tratado como homicídio doloso na modalidade eventual, pois a interrupção do atendimento pode ter aumentado o risco de morte da vítima.
A Prefeitura de Felício dos Santos divulgou uma nota oficial condenando a atitude de Canuto, classificando sua ação como “vil, ardilosa, abrupta e injustificada”. O comunicado também afirma que ele teria proferido agressões verbais contra servidores e agredido fisicamente uma funcionária da UBS.
Vereador nega agressão física, mas admite ofensas verbais
Em sua defesa, Wladimir Canuto negou a agressão física, mas confirmou ter insultado os profissionais de saúde. “Não tem ninguém que prove que eu agredi alguém fisicamente lá. Verbalmente, sim. Eu falei muita coisa que eles precisavam ouvir”, declarou em vídeo publicado em sua conta no Instagram.
Ele afirmou que foi até a UBS após receber reclamações sobre demora no atendimento. Segundo Canuto, ao chegar ao local, encontrou pacientes aguardando atendimento desde as 14h, incluindo uma mulher que chorava de dor. Ao questionar a recepcionista, foi informado de que os médicos estavam ocupados com emergências. “Eu falei: ‘Todos os dois com emergência? E o povo que está sentindo dor aqui fora vai continuar sentindo dor aqui fora?’”, relatou.
O inquérito segue em andamento, e a PCMG investiga se a invasão do vereador teve impacto direto na morte do idoso.
Fonte: O Tempo
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