A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito sobre o trágico acidente ocorrido em dezembro de 2024, na BR-116, em Teófilo Otoni, que resultou na morte de 39 pessoas. O caminhoneiro Arilton Bastos Alves e a empresa responsável pelo transporte da carga foram indiciados por homicídios e fraude em documentos.
O acidente aconteceu quando um grande bloco de pedras se desprendeu de um caminhão e atingiu um ônibus de turismo, que seguia em direção à Bahia. A colisão causou uma explosão e o incêndio que carbonizou as vítimas. Além disso, o caminhoneiro estava dirigindo sob efeito de substâncias ilícitas e em alta velocidade, o que contribuiu para o desastre.
Detalhes do Inquérito
De acordo com a Polícia Civil, a empresa de transporte fraudou os documentos sobre a pesagem da carga. O caminhão transportava 103 toneladas de pedras, representando um sobrepeso de 77%, o que é proibido por lei. O motorista estava dirigindo a 97 km/h, uma velocidade perigosa, já que, segundo a perícia, o caminhão já estaria sob risco de tombamento a 60 km/h. Durante o depoimento, ficou constatado que Arilton Bastos Alves havia consumido cocaína, álcool, ecstasy e alprazolam, substâncias que afetam a direção.
O delegado Amaury Tenório de Albuquerque afirmou que o comportamento de Arilton foi extremamente frio, pois, após o acidente, ele deixou o local sem prestar socorro e fugiu sem tentar ajudar as vítimas. “Ele [motorista] deixa o local do acidente, não presta socorro e vai embora, deixando para trás 39 corpos incendiando”, comentou o delegado.
Homicídio Doloso e Fraude Documental
O inquérito concluiu que o motorista cometeu homicídio doloso, com a intenção de matar, dado que as infrações cometidas ao longo do trajeto causaram o acidente fatal. A empresa de transporte também foi indiciada por falsidade ideológica, por falsificar os documentos de pesagem das pedras para burlar a fiscalização.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais, que decidirá sobre a prisão do proprietário da empresa responsável pelo transporte da carga.
O Trágico Acidente
Na madrugada do dia 21 de dezembro de 2024, por volta das 3h30, a carreta bateu em um ônibus de turismo da empresa EMTRAM, que transportava 45 pessoas, e em um carro de passeio, com um motorista e dois passageiros. O ônibus seguia de São Paulo para a Bahia. A colisão ocorreu quando um bloco de granito se soltou da carreceria do caminhão e atingiu o ônibus que seguia na direção contrária, provocando uma explosão e incêndio imediato.
O agente da Polícia Rodoviária Federal, Fabiano Santana, classificou o acidente como “uma tragédia sem precedentes para a região” e informou que a maior parte das mortes foi provocada pelo incêndio no ônibus. Considerado o maior desastre em rodovias federaisdesde 2007, o acidente deixou muitas vítimas, algumas com graves queimaduras enquanto tentavam resgatar os sobreviventes.
Este caso segue gerando repercussão e pode levar a um processo judicial importante, que poderá responsabilizar todos os envolvidos por essa tragédia.