Economia cresce, mas alto custo de vida preocupa população

Por Dentro De Tudo:

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O Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou crescimento de 3,4% em 2024, o maior aumento desde 2021. O desemprego também caiu, atingindo a menor taxa desde 2012, e o número de pessoas empregadas nunca foi tão alto. Apesar desses dados positivos, a percepção da população sobre a economia continua negativa.

O principal motivo dessa insatisfação é o alto custo de vida, especialmente o preço dos alimentos. A inflação oficial do país foi de 4,83% em 2024, um número relativamente controlado. No entanto, os alimentos tiveram aumento de 8,23% no mesmo período, com destaque para as carnes, que subiram mais de 20%. Nos últimos quatro anos, o preço da comida aumentou 55%, enquanto a inflação geral foi de 33%. Como os salários são corrigidos pela média da inflação, o poder de compra das famílias foi afetado.

Para os brasileiros de baixa renda, a situação é ainda mais difícil. A maior parte do orçamento dessas famílias é destinada à alimentação, o que reduz a renda disponível para outros gastos. Em 2024, a parcela da renda sobrando após o pagamento das despesas básicas caiu de 42,4% para 41,9%, atingindo o menor nível dos últimos anos. Entre as classes mais baixas, esse percentual foi ainda menor, comprometendo quase 80% da renda com itens essenciais.

Especialistas apontam que diversos fatores influenciaram a alta dos alimentos, como condições climáticas adversas, aumento da exportação de produtos e a desvalorização da moeda nacional. A instabilidade econômica e fiscal tem impactado o câmbio, tornando os produtos importados mais caros e estimulando a venda de alimentos para o exterior, reduzindo a oferta interna e elevando os preços.

O alto custo de vida também impactou a avaliação do governo. A aprovação registrou queda nos últimos meses, refletindo a insatisfação popular com a economia. Pesquisas indicam que a preocupação com o preço dos alimentos é um dos principais fatores para essa percepção negativa.

Para conter a inflação, o Banco Central tem mantido uma política de juros elevados, o que desestimula o consumo e pode reduzir os preços. No entanto, economistas defendem que o ideal seria aumentar a produtividade do país, garantindo maior oferta de produtos a longo prazo. Além disso, uma política fiscal mais equilibrada poderia reduzir a incerteza econômica e estabilizar o câmbio.

A população segue enfrentando desafios para manter seu poder de compra, enquanto especialistas alertam que o controle da inflação e a melhora na renda disponível são fundamentais para mudar a percepção sobre a economia.

Foto: Reprodução

Fonte: g1

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