O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar, nesta sexta-feira (14), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista ao podcast Flow, ele afirmou que a Corte atuou para favorecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de 2022.
“Ninguém da esquerda poderia me derrotar, Ciro, Haddad… Segundo eles, o nome para me derrotar era o Lula, por isso reinterpretaram a instância, ele tinha condenações. Anularam e ele voltou à estaca zero, voltou a ser elegível, e daí, acho que a gente vai entrar nesse assunto, teve a mão pesada do TSE para ele, a mão pesadíssima do TSE pró-Lula”, disse Bolsonaro.
Às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma suposta tentativa de golpe, Bolsonaro questionou a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. A delação foi usada como base nas investigações da Polícia Federal. Segundo o ex-presidente, Cid foi “torturado” em depoimento.
“Nunca participou de reuniões minhas com generais, com ministros setoriais. Agora, quando fizeram uma pesca probatória no telefone dele, acharam ali a questão de fraude de vacina, em depoimento a esposa dele confirmou, em cima de uma punição”, afirmou.
“Em meu entender foi torturado, não há dúvida, você nunca viu um juiz participar do depoimento de um delator. Citou esposa dele, citou filha, ele foi cedendo. Agora, ele fala muita coisa, umas coisas são verdade, outras fico pensando: ‘como ele tem conhecimento disso aí se nem eu sabia?’”, completou.
Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 18 de fevereiro, junto com mais 33 pessoas. Ele é apontado como líder de uma organização criminosa que planejava impedir a posse de Lula em 2023.
Na quinta-feira (13), o ministro Cristiano Zanin, do STF, agendou três sessões para a análise da denúncia sobre a suposta tentativa de golpe: na manhã (9h30) e na tarde (14h) do dia 25 de março, e na manhã (9h30) do dia 26.
Bolsonaro foi acusado de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Nesta fase, a Primeira Turma do Supremo decidirá se a denúncia será recebida ou rejeitada. Para ser acolhida, é necessário o voto da maioria dos cinco ministros. Caso a denúncia seja aceita, os citados pela PGR se tornarão réus e deverão apresentar defesa.
No domingo (16), Bolsonaro liderará um ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, em defesa do projeto que anistia os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Foto: Zack Stencil / PL
Fonte: O Tempo