Em fevereiro, Belo Horizonte registrou uma média de mais de 50 acidentes diários envolvendo motociclistas que exigiram atendimento de urgência. Segundo dados da prefeitura, apenas no mês passado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para socorrer vítimas em 1.405 ocorrências desse tipo.
O aumento no número de acidentes é atribuído à maior circulação de motociclistas que trabalham como entregadores, impulsionados pelo crescimento dos aplicativos de entrega após a pandemia. Em 2018, foram registrados 10 mil acidentes com motos na capital, número que saltou para mais de 15 mil em 2024, representando um aumento de mais de 50% em seis anos.
A demanda crescente tem gerado impactos no sistema de saúde. O principal hospital de urgência do estado já atendeu, apenas até 19 de março deste ano, 1.457 vítimas de acidentes com motocicletas. Comparando com 2018, o aumento nesses atendimentos foi de 74%.
A prefeitura alerta para a sobrecarga nos serviços hospitalares, o que levou a uma suspensão temporária de cirurgias ortopédicas eletivas entre janeiro e fevereiro para priorizar casos urgentes, em sua maioria ligados a acidentes de trânsito.
A situação se agravou ainda mais com o fechamento do bloco cirúrgico de um hospital de referência, cuja estrutura foi considerada defasada. Desde então, todas as cirurgias ortopédicas e de trauma realizadas na unidade foram transferidas para outro hospital da rede pública, que já enfrenta dificuldades para atender à alta demanda. Funcionários denunciam atrasos nas filas e sobrecarga nos serviços.
Foto: TV Globo/Reprodução
Fonte: g1 Minas