A Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, voltou a chamar atenção nos últimos dias devido ao acúmulo de lixo após as chuvas e a circulação de um vídeo mostrando um homem mergulhando em suas águas. A situação reforça a preocupação com a qualidade da água do local, onde atividades como natação, navegação e pesca são proibidas desde 1968 devido à poluição.
Especialistas alertam que a presença de cianobactérias, comuns na lagoa, representa um risco à saúde. Esses microrganismos, originários do esgoto despejado no local, podem causar sérios problemas caso haja contato prolongado com a água ou consumo de peixes da região.
A poluição tem origem histórica, ligada ao represamento do Ribeirão Pampulha em 1943, quando a lagoa foi criada para ampliar o abastecimento de água e oferecer lazer à população. No entanto, o despejo de esgoto e a falta de preservação das áreas ao redor comprometeram sua função.
Possíveis soluções
Para a recuperação da lagoa, especialistas defendem uma abordagem integrada, considerando toda a bacia hidrográfica, que inclui córregos que desembocam na lagoa. Além das dragagens periódicas para remover sedimentos e reduzir a proliferação de algas, é essencial eliminar o lançamento de esgoto e reflorestar áreas próximas.
Nos últimos dois anos, um programa de interligação de imóveis à rede de esgoto vem sendo implementado, com previsão de conexão de mais de 9.700 residências. No entanto, até agora, menos da metade dessas ligações foram concluídas. Paralelamente, uma mobilização social busca conscientizar os moradores sobre a importância da adesão ao projeto.
A recuperação completa da Lagoa da Pampulha ainda depende de ações contínuas do poder público e da participação da sociedade na preservação do meio ambiente.
Foto: Maíra Cabral/g1 Minas
Fonte: g1 Minas