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Síndrome de Asperger: conheça para compreender essa condição do espectro autista

Por Dentro De Tudo:

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Dezoito de fevereiro é Dia Internacional da Síndrome de Asperger – ou transtorno do espectro autista (TEA) -, em memória ao aniversário de Hans Asperger, pediatra austríaco que deu nome à síndrome, e com o objetivo de destacar a importância da integração e socialização das pessoas com o distúrbio na sociedade. “Conhecer a patologia para compreendê-la é fundamental para a sensibilização da população sobre determinado problema. No caso do espectro do autismo e o seu impacto naqueles que com ele convivem, ainda mais relevante”, diz o médico pediatra Messias da Silva, da Rede Mater Dei de Saúde BH.

Foi nos últimos anos que as informações sobre o autismo saíram de uma espécie de “lugar tabu” e passaram a ser difundidas com mais clareza no Brasil. O nome da Síndrome de Asperger mudou para Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em 2013, com a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5, mas, apesar da mudança de classificação, a expressão “Síndrome de Asperger” ainda é usada em alguns países. E isso reflete a importância de se levar mais conhecimento ao maior número de pessoas.

Segundo Messias da Silva, a doença é frequentemente considerada uma forma altamente funcional de autismo. “Asperger é considerado o autista de bom funcionamento, sendo muitas pessoas consideradas brilhantes em várias áreas do conhecimento. O Asperger é a pessoa que tem uma condição psicológica caracterizada por dificuldades significativas na interação social com outras pessoas, não aceita muitas regras sociais, tem pouca paciência em geral, precisa de rotinas fixas, além de apresentar padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Distingue-se do autismo clássico, pois não implica atraso global cognitivo ou em termos de linguagem”, acrescenta o médico.

De acordo com o pediatra, os primeiros sintomas e sinais da síndrome costumam ser ignorados pelos pais. Isso porque esses sinais, que podem aparecer nos primeiros anos de vida da criança, raramente são valorizados pela família como algo negativo, especialmente se as manifestações forem leves. “Geralmente, são os professores, o psicólogo, o terapeuta ocupacional ou o psiquiatra que identificam algum traço do espectro autista na criança, pois é nessa fase da socialização que a dificuldade do indivíduo com Asperger se manifesta mais claramente. A dificuldade de socialização e de comunicação, considerada a característica mais significativa do distúrbio, manifesta-se com maior intensidade, juntamente com o desinteresse por tudo que não se relacione com o hiperfoco de sua atenção”, acrescenta Messias.


Causas e tratamento – 
As causas da Síndrome de Asperger ainda não são totalmente compreendidas. Pesquisadores e médicos acreditam que possa ser em razão de um conjunto de fatores neurobiológicos que afetam o desenvolvimento cerebral da criança. E não há, ainda hoje, um tratamento ou medicamento específicos.

A atuação, geralmente, é multiprofissional, com várias abordagens feitas por fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional e psiquiatra, pois ela tem foco na atenuação de sintomas e inclui ações que englobam três pontos básicos apresentados pela maioria dos pacientes: baixa capacidade de comunicação, rotinas obsessivas ou repetitivas e imperícia física. “O paciente precisa de estímulos variados, precisa melhorar a postura, praticar exercícios, tudo para poder interagir melhor com outras pessoas, enfim, um trabalho mais global para ser feito com uma equipe múltipla. Às vezes, usamos algum medicamento para depressão ou para ansiedade, mas cada caso é um caso individualizado e deve ser tratado como tal”, complementa o pediatra.

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