Thiago Schafer Sampaio e Lucas Rodrigues Pimentel, acusados de matar Clara Maria Venancio Rodrigues, de 21 anos, em Belo Horizonte, se tornaram réus e irão a júri popular. A decisão é da juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza e foi assinada na última quinta-feira (3). Os dois seguem presos preventivamente, sem previsão de julgamento.
O corpo de Clara foi encontrado enterrado sob uma camada de concreto em um corredor estreito da casa de Thiago, no bairro Ouro Preto, Região da Pampulha. A jovem foi assassinada por asfixia mecânica, conforme a perícia. Thiago confessou à polícia que usou um golpe mata-leão para matá-la na cozinha da residência.
As investigações apontaram que o crime foi premeditado. Segundo a Polícia Civil, o corpo permaneceu nu na sala do imóvel até a tarde do dia seguinte, antes de ser enterrado e encoberto com entulhos e concreto ainda fresco. O crime chocou a capital mineira pela brutalidade e frieza dos envolvidos.
A motivação para o crime, segundo a polícia, teria origens distintas. Thiago, ex-colega de trabalho da vítima, devia R$ 400 a Clara e havia demonstrado interesse amoroso por ela no passado. Ele teria ficado enciumado ao vê-la acompanhada do namorado em uma choperia, pouco antes do crime. Já Lucas Pimentel, o comparsa, teria agido por vingança após ser repreendido por Clara ao fazer apologia ao nazismo durante uma roda de amigos.
Clara desapareceu após ir até a casa de Thiago, onde ele disse que quitariam a dívida. Ela nunca mais foi vista com vida. O namorado da vítima relatou à polícia que ela havia mencionado o valor devido, mas que havia desistido de cobrar. No entanto, Thiago a procurou no dia seguinte com a proposta de pagamento, atraindo-a para a emboscada.
O terceiro suspeito, Kennedy Marcelo da Conceição Filho, amigo dos acusados, chegou a ser detido, mas foi liberado após prestar depoimento. A Justiça decidiu excluí-lo do processo, uma vez que não houve denúncia formal contra ele.
A Justiça considerou que há indícios suficientes de autoria e materialidade do crime, e justificou a manutenção da prisão dos réus como medida necessária para a preservação da ordem pública, devido à gravidade dos fatos.
Foto: Polícia Civil de Minas Gerais
Fonte: G1 Minas Gerais