O Google revelou que bloqueou cerca de 700 mil contas de anunciantes fraudulentos em 2024, como parte de sua ofensiva contra golpes virtuais que envolvem o uso de inteligência artificial (IA) para simular a imagem e a voz de celebridades ou figuras públicas. O objetivo desses golpes é enganar o público e promover produtos duvidosos, muitas vezes prometendo dinheiro fácil.
Os dados constam no Relatório de Segurança em Anúncios da empresa, divulgado nesta quarta-feira (16/4). O documento aponta ainda que mais de 415 milhões de anúncios foram bloqueados, o que levou a uma queda de 90% nas denúncias desse tipo de golpe no ano passado.
Entre os recursos usados pelos criminosos estão vídeos manipulados com IA, veiculados em plataformas como o YouTube, sites parceiros e até nos próprios resultados de busca do Google, nos quais falsas personalidades promovem supostas oportunidades vantajosas.
Ao todo, o Google removeu em 2024:
- 5,1 bilhões de anúncios
- 39,2 milhões de contas de anunciantes
- 9,1 bilhões de anúncios com conteúdo sensível ou sujeito a regulamentações (como apostas, álcool e saúde)
- 1,3 bilhão de páginas com anúncios bloqueados ou limitados
- 220 mil sites sancionados
A empresa diz que usa modelos de linguagem avançados (LLMs) para detectar comportamentos suspeitos, como uso de informações falsas no cadastro de contas, antes mesmo de os anúncios entrarem no ar.
No Brasil, os dados mostram a remoção de 201 milhões de anúncios e a suspensão de 1,3 milhão de contas. Os principais motivos foram:
- Uso indevido de marcas
- Informações falsas
- Publicidade de jogos de azar
- Descumprimento de leis locais
Eleições e propaganda política também foram alvos. Ao longo de 2024, 10,7 milhões de anúncios eleitorais de contas não verificadas foram removidos. O Google afirmou que adotou medidas de transparência, como exigir a identificação clara de quem financiou o anúncio e divulgar relatórios públicos sobre propaganda política.
“Levamos a sério as violações de nossas políticas e combatemos ativamente anúncios maliciosos para tornar a internet mais segura”, afirma Priscila Couto, responsável pela área de segurança do Google na América Latina.
Fonte: Folhapress / O Tempo
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