Como já havia sido anunciado no dia 10 de fevereiro, o governo de Minas Gerais vai mudar a estratégia de enfrentamento da pandemia da Covid-19. As ondas do programa Minas Consciente, criado para definir os protocolos e as restrições para o funcionamento das atividades econômicas nos municípios, agora deixam de existir.
Em vez das ondas amarela, verde, vermelha e roxa, o estado vai avaliar indicadores como média móvel de casos e ocupação de leitos para estabelecer restrições pontuais em cada local, quando necessário.
Outra mudança é o fim dos leitos de terapia intensiva exclusivos para tratamento da Covid-19. A partir de 1º de março, as vagas criadas para o atendimento da doença serão incluídas em uma rede única, para o tratamento de todas as demandas, incluindo o coronavírus.
“O que a gente vai avaliar basicamente: incidência. Como está variando média móvel, (se) está aumentando muito, nossa equipe olhar regionalmente o que está acontecendo. Outro ponto: quantos pacientes estão na fila esperando leito e qual proporção de pacientes que estão dentro dos CTIs do estado”, detalhou o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25).
Segundo ele, nas regiões onde forem identificados problemas, serão aplicadas restrições ou ações pontuais, como aumento na vacinação e ampliação de leitos de CTI.
“Vamos agir agora de forma cirúrgica e pontual, não mais de forma automática”, disse.
Baccheretti destacou que Minas Gerais está há quase seis meses na onda verde, mesmo com o pico de casos provocado pela variante ômicron em janeiro. O secretário voltou a dizer que a avaliação do estado é de que o pior já passou.
“Nossa expectativa é que tenhamos cada vez ondas menores e de menor efeito”, falou.
Fim dos leitos exclusivos
Dos cerca de 2.800 leitos de terapia intensiva exclusivos para Covid-19 criados em Minas Gerais durante a pandemia, 590 serão mantidos e integrados à rede do estado para o atendimento de todas as demandas, inclusive o coronavírus. Serão 550 adultos e 40 pediátricos.
Outros 60 leitos serão mantidos nos hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
“Nós pedimos 1.300 ao governo federal, mas conseguimos manter 590. Mas nossa projeção é que esse legado vai ser capaz de absorver aquele histórico (de paciente) que demorava a ser transferido para CTI”, afirmou Baccheretti.
Segundo ele, o estado passa de 2.072 leitos de CTI no SUS, antes da pandemia, para mais de 2.600. Os leitos de terapia intensiva pediátricos sobem de 194 para 234.