Na era digital, o desejo por curtidas, compartilhamentos e viralizações tem levado influenciadores e usuários comuns a ultrapassarem barreiras em busca de atenção nas redes sociais. Casos polêmicos, como o de Thiago Nigro ao expor o aborto espontâneo da esposa, ou de artistas que registram momentos de dor e até ferimentos em tempo real, acendem o debate: até que ponto a vida pode (ou deve) ser exibida?
De acordo com especialistas, há um limite ético — embora complexo e variável — sobre o que deve ser compartilhado. Para o psicólogo Cláudio Paixão, da UFMG, a espetacularização da vida pode causar frustração, ansiedade e até depressão, pois a pessoa passa a viver em função da aprovação dos outros. Já o professor Eduardo Dias, especialista em tecnologia, alerta que expor a intimidade de terceiros, como crianças, ou situações de vulnerabilidade sem reflexão crítica pode ser antiético e até ilegal, como prevê a LGPD.
A busca por engajamento se tornou uma moeda valiosa, mas seu custo pode ser alto: perda de conexões reais, esgotamento emocional e dependência da validação digital.
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Fonte: O Tempo – Reportagem de Renata Abritta
