Um abraço apertado, lágrimas nos olhos e uma conexão que palavras não conseguem explicar. Foi assim que Lisa Schein conheceu Mireya Moody, a menina que hoje vive com o coração de sua filha falecida. Um encontro marcado por amor, dor e gratidão, que mostrou como a doação de órgãos pode transformar vidas.
Lisa perdeu sua filha, Maddy Schein, em um trágico acidente de quadriciclo em 2022. Em meio à dor devastadora, a família tomou a difícil e generosa decisão de doar os órgãos da menina. Uma dessas doações salvou a vida de Mireya, que na época tinha apenas 7 anos e sofria com uma grave doença cardíaca.
Diagnosticada com uma condição rara chamada cardiomiopatia não compactada do ventrículo esquerdo, Mireya enfrentava dificuldades para se manter acordada, falar ou responder aos medicamentos. Ela foi internada e transferida para a Cleveland Clinic, onde passou a viver conectada a um dispositivo chamado Berlin Heart, enquanto aguardava por um transplante.
A notícia da chegada de um coração compatível veio em abril de 2024. A mãe da menina, Bianca, foi acordada de madrugada com a informação. Emocionada, correu para o hospital, onde encontrou enfermeiras chorando junto com ela.
Após o transplante, as famílias de Mireya e Maddy autorizaram o contato uma com a outra. Lisa escreveu uma carta e, com o tempo, as duas famílias começaram a se aproximar. O que mais impressionou a todos foi a semelhança entre as duas meninas: ambas amavam cantar, tinham gostos parecidos e até diziam frases iguais.
O tão esperado encontro aconteceu em um parque de Ohio, nos Estados Unidos. Lisa levou um estetoscópio, ouviu o coração da filha batendo no peito de Mireya e viveu um dos momentos mais marcantes de sua vida. “Eu queria correr até Mireya, apertá-la e nunca mais soltá-la, porque era tudo o que me restava da minha menina. Conhecer a mãe dela e ouvir sua história também foi difícil, mas reconfortante”, contou Lisa em entrevista à Cleveland Clinic.
Além de Mireya, Maddy salvou outras três vidas com a doação de seus órgãos. Para Lisa, falar sobre a filha e saber que ela continua presente de alguma forma ajuda no processo de luto e dá novo significado à sua dor.
Fotos: Lisa Schein e Bianca Robinson / Fonte: Cleveland Clinic
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