Ser negro no Brasil significa enfrentar um risco 2,7 vezes maior de ser vítima de homicídio em comparação com pessoas não negras. Apesar da leve redução em relação a 2022, quando o risco era 2,8 vezes maior, o dado representa um aumento em relação a 2013, quando a diferença era de 2,4 vezes.
O levantamento faz parte do Atlas da Violência 2024, divulgado nesta semana, e mostra que, embora o total de homicídios no país tenha caído 20,3% na última década, a desigualdade racial associada à violência letal persiste — e até se intensifica.
Em 2023, o Brasil registrou 45,7 mil homicídios, com taxa nacional de 21,2 por 100 mil habitantes. Entre os não negros, essa taxa foi de 10,6; já entre os negros (pretos e pardos), chegou a 28,9 por 100 mil habitantes. A queda proporcional da taxa entre os não negros foi de 32,1% desde 2013, enquanto entre os negros foi de 21,5%.
O estudo também chama atenção para a violência contra indígenas, cuja taxa de homicídios em 2023 foi de 22,8 por 100 mil — superior à média nacional. Estados como Roraima e Mato Grosso do Sul apresentaram índices extremamente altos, e o povo Guarani-Kaiowá concentra mais de um terço das internações hospitalares por agressões entre indígenas.
Mesmo com avanços legislativos e políticas públicas de promoção da igualdade racial, os dados indicam que a violência no Brasil continua marcada por estruturas raciais profundas e desiguais.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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