O prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), tornou-se réu por improbidade administrativa, após a Justiça de São Paulo acatar denúncia do Ministério Público (MP-SP) relacionada ao superfaturamento de R$ 11 milhões na compra de lousas digitais. A ação também envolve o ex-secretário de Educação do município, Márcio Carrara, e a empresa fornecedora dos equipamentos, a Educateca.
A denúncia aponta que, em 2021, a prefeitura adquiriu 1.188 lousas digitais por R$ 26.062 cada, enquanto o município de Indaiatuba (SP) comprou o mesmo modelo por R$ 16.700. Segundo auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), a cada R$ 4 pagos no contrato de R$ 46 milhões — dos quais R$ 44 milhões já foram quitados —, R$ 1 foi superfaturado.
Apesar de aceitar a denúncia, o juiz Alexandre de Mello Guerra rejeitou, por ora, o pedido de bloqueio dos bens dos acusados e o afastamento de Carrara de suas funções na Secretaria Municipal de Relações Institucionais. O magistrado considerou que ainda não há provas suficientes de prejuízo concreto ao erário.
Em nota, a prefeitura de Sorocaba e a empresa Educateca afirmaram não terem sido notificadas oficialmente e garantem que o processo de aquisição seguiu os trâmites legais.
Outras investigações e ambições políticas
Essa não é a primeira vez que Manga se torna réu. Ele responde por outras duas ações por improbidade no Tribunal de Justiça de São Paulo, incluindo suspeitas de favorecimento em licitação de semáforos e de superfaturamento de kits de robótica avaliados em mais de R$ 20 milhões.
Em abril, o prefeito também foi alvo de operação da Polícia Federal por suspeitas de fraude na contratação de uma organização social para atuar na saúde pública municipal. A PF apura, inclusive, lavagem de dinheiro através de depósitos em espécie, boletos e transações imobiliárias.
Apesar das acusações, Manga mantém sua presença forte nas redes sociais, com cerca de 3 milhões de seguidores no TikTok e Instagram. A fama o impulsionou à reeleição em 2024 e alimenta seus planos de disputar a Presidência da República em 2026 pelo PRTB, caso Jair Bolsonaro permaneça inelegível. O prefeito já recebeu apoio do partido e do presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira.
Foto: Zanone Fraissat / Folhapress
Fonte: O Tempo | Reportagem: Renato Alves
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