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Covid-19: 73% das mortes pela doença em BH são de pessoas não vacinadas

Por Dentro De Tudo:

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Um levantamento da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), divulgado nessa segunda-feira (14), aponta que 73,51% das pessoas que morreram pela Covid-19 em BH não receberam nenhuma dose da vacina contra o vírus. O estudo considera os 4.982 óbitos, de janeiro de 2021 – no início da vacinação em BH – a março deste ano.

Para chegar aos resultados, a Secretaria Municipal de Saúde cruzou bases de dados, combinando casos confirmados, pessoas vacinadas, internações e mortes. Dos óbitos ocorridos em vacinados, 13,41% correspondem a pessoas que receberam somente uma dose. Já a porcentagem de 13,08% é de pessoas que completaram o esquema vacinal, mas possuíam comorbidades.

Ainda, 44,63% das pessoas vacinadas que faleceram pela doença tinham 80 anos ou mais, enquanto 34,23% tinham entre 70 e 79 anos e 16,89% eram cidadãos com idade de 60 a 69 anos.

Cobertura vacinal ampla

O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, pontua que os dados do levantamento comprovam, novamente, que a vacinação salva vidas. “Belo Horizonte é um exemplo, com mais de 100% da população acima de 12 anos vacinada com a primeira dose e cerca de 96% com a segunda dose”, observa.

O líder defende que é imprescindível que as pessoas já convocadas tomem a dose de reforço, ou ainda a quarta dose do imunizante. O pensamento vai de encontro ao do infectologista Leandro Curi, que vê na vacinação a principal arma de combate à pandemia da Covid-19. Ele ressalta que a eficácia da prática já foi comprovada por todos os órgãos de saúde, em âmbito mundial.

“Para avançar no impedimento à transmissão e à contaminação, acredito que o indivíduo precise receber mais doses da vacina. Vemos todos os dias que a pessoa não vacinada é quem mais adoece e, infelizmente, corre risco de vida”, opina. Segundo Curi, a Covid-19 é uma doença muito virulenta e infectante, o que exige uma cobertura vacinal ampla.

No mesmo sentido, Jackson avalia que os imunizantes são seguros e fundamentais para o combate aos avanços da Covid em BH. Ele reforça que a administração do município mantém, há mais de um ano e em todas as regionais, postos de vacinação em pleno funcionamento para garantir a imunização coletiva da população belo-horizontina.

Crianças devem ser vacinadas

“É sempre importante lembrar que crianças transmitem o vírus. Elas são seres sociais, ainda mais crianças escolares que brincam e estão juntas o tempo inteiro, expostas à contaminação”, prossegue o infectologista. Leandro aponta que o número de crianças mortas pela Covid-19 ultrapassa as expectativas populares, já que muitos negligenciam a relevância de imunizar a faixa etária.

“Vale lembrar que o pai que coloca a vacina em xeque está baseado numa crença pessoal, não amparada pela ciência. É um meio de deixar o filho mais vulnerável, não de protegê-lo”, avalia. O especialista acredita que crianças a partir dos 5 anos têm o direito de se imunizarem, já que não é raro vermos jovens adoecendo pela infecção em todo o país.

No início deste mês, o Vacinômetro da Covid-19 mostrou que Minas Gerais tinha baixa adesão à vacinação infantil. Ao BHAZ, Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia afirmou que boa parte dos pais têm receios e dúvidas sobre imunizar ou não seus filhos. Uma das principais culpadas seria a onda de fake news que assola as redes sociais e influencia a decisão sobre a eficácia e segurança da vacinação contra Covid-19. Segundo o médico, os cidadãos precisam abrir os olhos para a verdade.

Quanto mais proteção, melhor

Sobre a desobrigação das máscaras em locais abertos, Leandro Curi acredita ser uma orientação precipitada. Para ele, o equipamento de segurança é, talvez, o mais eficaz de todos. “A vacina é importantíssima, mas previne a doença de piorar. Enquanto isso, as máscaras – quando usadas adequadamente – previnem a população de se infectar com o vírus”, destaca.

Ele entende também que os avanços nas campanhas de vacinação tendem a desobrigar o uso do item, mas é uma proteção extra que não deveria ser deixada para lá. “É como se a vacinação e o uso de máscaras fossem um cinto de segurança e um airbag. Por que não usar os dois para garantir ainda mais proteção? A máscara é um equipamento a mais pela nossa vida”.

Com toda a experiência da profissão e tudo que o observou sobre o vírus, Leandro acredita que o equipamento deva ser dispensado somente quando o número de mortes for irrisório na capital mineira. Para ele, esse momento ainda não chegou, o que exige a manutenção da cautela.

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