Em Brasília, nesta quarta-feira (28), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, adotou um tom irônico ao comentar a possibilidade de sanções impostas pelos Estados Unidos a autoridades estrangeiras acusadas de restringir a liberdade de expressão. A medida, defendida por aliados do ex-presidente Donald Trump, pode atingir o ministro Alexandre de Moraes, conhecido por sua atuação contra a desinformação nas redes sociais.
Dino brincou com a situação ao ser abordado por jornalistas no STF:
“Qualquer coisa é só ir para Nova Iorque. Só que a do Maranhão”, disse, referindo-se à cidade homônima localizada no interior do estado que governou entre 2015 e 2022.
A fala foi feita pouco antes da sessão plenária do Supremo, no momento em que magistrados evitavam comentar a possível retaliação anunciada pelo senador republicano Marco Rubio, que ocupou o cargo de secretário de Estado na gestão Trump. A proposta prevê a revogação de vistos de pessoas que, segundo os republicanos, promovem censura contra cidadãos ou empresas dos EUA – numa referência implícita a Moraes, especialmente após os embates com o bilionário Elon Musk, dono da rede X (antigo Twitter).
Apesar da descontração, Flávio Dino invocou o regimento da Corte e afirmou que não pode se manifestar oficialmente sobre o assunto.
“Sou um homem bloqueado para dar declarações. Quem fala em nome do Supremo é o presidente ou o decano”, disse, referindo-se aos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
O presidente do STF, Barroso, também preferiu não se aprofundar na discussão: “Não aconteceu nada que eu precise comentar.”
Dino já havia defendido Alexandre de Moraes em ocasiões anteriores. Em fevereiro deste ano, chegou a sugerir que o colega visitasse o Maranhão para descansar e palestrar “sem sentir falta de outros lugares com o mesmo nome”.
As possíveis sanções norte-americanas, que podem se estender a familiares dos alvos, são vistas com entusiasmo por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que continuam a criticar as ações do STF contra desinformação.
Foto: Fellipe Sampaio/STF
Fonte: O Tempo
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