Os preços do leite, da carne e mesmo dos ovos terão de subir. É esta a opinião do presidente da Federação Nacional das Uniões das Cooperativas de Leite e Lacticínios (Fenalac), Idalino Leão. O Ministério da Agricultura desvaloriza a possibilidade de escassez de alimentos.
No entender de Idalino Leão “os preços praticados hoje não cobrem os custos de produção”, sendo o conflito entre a Rússia e Ucrânia uma espécie de “gota de água” que esgotou a capacidade de encaixar mais subidas nos custos de produção, explicou.
“Com este aumento enorme dos custos de produção, com os efeitos da seca a somar agora à conjuntura geopolítica da Rússia/Ucrânia, diria que estão reunidas as condições para uma tempestade perfeita que pode levar à falência de milhares de produtores”, alerta. No entanto não adianta estimativas sobre qual será o aumento necessário, mas sublinha que “o leite chega a ser mais barato do que a água” e que “tem de haver mais equilíbrio entre os três elos da cadeia, produção, indústria e distribuição”.
Já em nota de esclarecimento, divulgada pela DGAV, o Ministério da Agricultura nota que “não há, à data, qualquer motivo que faça antever a possibilidade de escassez de alimentos”, afirmando ainda que “quanto aos preços dos produtos alimentares, verifica-se uma tendência de aumento em toda a União Europeia, devido aos elevados custos das matérias primas, fertilizantes e energia. Esta tendência poderá ser agravada pelo atual conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia”.
“Portugal importa da Ucrânia, principalmente, cereais para alimentação animal, existindo para estas matérias-primas outras origens alternativas (América do Sul e América do Norte), com as quais os operadores têm já contacto. Além disso, estão também em curso operações e contactos com novos fornecedores, como é o caso da Africa do Sul”, nota.
Fonte: Veterinária Atual.