Quase 40% das geleiras do mundo já estão prestes a derreter, diz estudo

Por Dentro De Tudo:

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Um novo estudo da Vrije Universiteit Brussel, na Bélgica, acende um alerta vermelho para o futuro das geleiras do planeta. A pesquisa revela que quase 40% das geleiras do mundo estão condenadas ao derretimento, mesmo que as temperaturas globais se estabilizem por milênios. E o cenário pode ser ainda mais grave: se o aquecimento global seguir a trajetória atual e alcançar 2,7°C, a perda pode atingir até 75% da massa total das geleiras, com impactos devastadores para o planeta.

O derretimento das geleiras não é apenas uma tragédia ambiental isolada — ele pode provocar uma elevação significativa no nível dos oceanos, colocando em risco milhões de pessoas em áreas costeiras, além de comprometer o abastecimento de água doce e a agricultura em regiões que dependem diretamente das reservas de gelo.

Uma imagem que chocou o mundo recentemente ilustra o drama: uma vila nos Alpes Suíços foi soterrada após o colapso parcial de uma geleira. O caso, destacado pela BBC, mostra de forma dramática os efeitos já visíveis do aquecimento global.

Estudo aponta caminhos e consequências

O estudo aponta que, mesmo com a estabilização climática, cerca de um terço das geleiras fora das grandes camadas de gelo — como a Antártida e a Groenlândia — já está comprometido. No entanto, ainda existe esperança. Se a humanidade conseguir reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, conforme estabelecido no Acordo de Paris, até metade do gelo glacial ainda pode ser preservado.

“Nosso estudo deixa claro que cada fração de grau tem impacto. As escolhas que fazemos hoje terão repercussões por séculos, determinando quanto de nossas geleiras pode ser preservado”, afirma o pesquisador Harry Zekollari, um dos autores da pesquisa.

Os dados também indicam que evitar um aumento de apenas 0,1°C poderia impedir o derretimento de até 2,7 trilhões de toneladas de gelo, o que revela a importância de cada ação climática adotada nos dias atuais.

Geleiras da América do Norte são as mais ameaçadas

Entre as regiões mais afetadas pelas projeções estão o oeste dos Estados Unidos e o Canadá, onde cerca de 75% das geleiras devem desaparecer nas próximas décadas. Além dos impactos ecológicos, essa transformação pode gerar crises humanitárias, impulsionar migrações forçadas e gerar conflitos por recursos naturais como água e alimentos.

O tempo de agir é agora

A conclusão do estudo é clara: o futuro das geleiras — e da própria humanidade — depende das decisões tomadas hoje. Cumprir as metas climáticas internacionais, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e adotar políticas de sustentabilidade são caminhos urgentes para evitar um colapso ambiental sem precedentes.

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