Fotógrafos podem ser multados em mais de R$ 1 milhão por registrar ave ameaçada na natureza

Por Dentro De Tudo:

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Dois fotógrafos foram denunciados na Catalunha por captarem imagens do tetraz-comum (urogallo común) sem autorização em áreas naturais protegidas durante o período reprodutivo da espécie. As sanções podem chegar a 200 mil euros, cerca de R$ 1,27 milhão.

Os incidentes ocorreram na região do Alt Pirineu, onde a presença humana tem sido apontada como uma das principais ameaças à sobrevivência da ave, considerada uma das mais vulneráveis da Espanha. A simples aproximação pode causar o abandono do território pelos machos e comprometer a reprodução, já que as fêmeas são receptivas por apenas dois ou três dias.

O primeiro caso aconteceu nas imediações do Parque Nacional de Aigüestortes i Estany de Sant Maurici, em Esterri d’Àneu. Um indivíduo foi flagrado pernoitando camuflado com equipamentos fotográficos. O segundo foi registrado no Parque Natural do Alt Pirineu, em Alins, onde um fotógrafo reincidente foi identificado por divulgar imagens do tetraz nas redes sociais.

Autoridades ambientais afirmam que a divulgação dessas imagens nas redes tem causado um “efeito chamada”, atraindo visitantes não autorizados e colocando em risco o ciclo reprodutivo da espécie. Como medida preventiva, os Agentes Rurais da Catalunha intensificaram a vigilância por meio do Grupo Especial de Venenos e Anticaça Ilegal.

Atualmente, estima-se uma população de cerca de 700 tetrazes na Espanha, com 292 indivíduos na região cantábrica e 404 nos Pireneus. A caça do tetraz-comum está proibida no país desde o fim dos anos 1980, mas a espécie ainda sofre os efeitos da caça ilegal praticada por décadas.

As autoridades reforçam que qualquer perturbação no habitat da ave pode comprometer sua reprodução e agravar ainda mais seu risco de extinção.

Foto: Freepik – Tetraz na natureza

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