O Ministério da Saúde deve anunciar a aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 para pessoas com mais de 80 anos em todo o país. De acordo com fontes do governo, a nova rodada deve ser divulgada em breve.
A aplicação de mais uma dose de reforço foi iniciada em países como a Inglaterra e ocorre em localidades brasileiras. Na última sexta-feira (18), por exemplo, a cidade de São Paulo começou a aplicar a nova rodada da vacina em idosos com mais de 80 anos que tenham recebido a terceira dose há quatro meses ou mais.
A Secretaria Municipal de Saúde prevê que 250 mil idosos na capital paulista se encontram na faixa etária elegível para a quarta dose. Mato Grosso do Sul também já começou a vacinar idosos acima de 60 anos e profissionais de saúde com a quarta dose.
O Ministério da Saúde já recomenda a aplicação da quarta dose em pessoas imunossuprimidas com mais de 12 anos. Na sexta-feira, levantamento da pasta mostrou que, mesmo aptos para receber a dose de reforço (ou terceira dose) contra a Covid-19, mais de 59 milhões de brasileiros ainda não buscaram a vacina.
Até o fim de semana, o número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a Covid-19 no Brasil chegou a 175.065.547, o equivalente a 81,49% da população total. Com duas doses ou dose única, são 159.317.991 de habitantes do país, o equivalente a 74,16% do total. Os dados foram reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto a secretarias de 26 estados e Distrito Federal.
Os idosos são mais vulneráveis por causa da chamada imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imune. Epidemiologista que coordenou o PNI (Programa Nacional de Imunizações) entre 2011 e 2019, Carla Domingues afirmou na semana passada que o aumento de casos entre os idosos, especialmente aqueles que já tomaram a terceira dose há mais de seis meses, é um indicativo da necessidade de uma quarta dose para essa faixa etária.
Conforme Raquel Stucchi, infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, a partir de quatro meses após a terceira dose, já há uma diminuição da proteção conferida pela vacina aos idosos. Seis meses seria o prazo máximo para um reforço, segundo a especialista. “Para as outras faixas etárias, a gente ainda não tem tanta convicção, porque os dados ainda não mostram a necessidade de doses de reforço”, afirma.