A Companhia de Saneamento de Minas Gerais ( Copasa ) explicou, em nota, que o rompimento da adutora no Rio Paraopeba foi causado por um incêndio, que atingiu a estrutura que sustentava a tubulação. Belo Horizonte e Região Metropolitana tiveram o abastecimento interrompido em muitos bairros. Pelo menos 2 milhões de pessoas foram prejudicadas.
Além disso, a Copasa começou estudos para a construção da travessia definitiva, cuja previsão de conclusão é até o meio do ano. Por se tratar de uma obra mais complexa, a nova estrutura demanda uma avaliação especializada de engenharia e do projeto executivo.
Fim do rodízio em Belo Horizonte e Região Metropolitana
O encerramento do rodízio foi confirmado na manhã desta terça-feira (22). De acordo com a Copasa, o revezamento de água foi interrompido no domingo, mas a companhia continua contando com o apoio de toda a população para o uso consciente da água, evitando desperdícios.
De acordo com a Copasa, o problema foi 100% resolvido.
Durante o período do rodízio, moradores fizeram várias reclamações sobre quais critérios foram usados pela companhia para definir que bairros passariam pelo revezamento e quais seriam poupados. A população observou que bairros nobres de Belo Horizonte, como Lourdes, Funcionários, Belvedere, Cruzeiro, Mangabeiras e Carmo/Sion, todos na Região Centro-Sul, não sofreram rodízio.
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Em resposta, a Copasa argumentou que não escolhe os locais afetados pelo rodízio.
“A setorização dos bairros foi definida por questões técnicas dos reservatórios que compõem o sistema integrado, ou seja, depende da proximidade entre as regiões e os reservatórios. Os bairros que fizeram parte do rodízio contribuem, diretamente, para a recuperação dos níveis dos reservatórios de distribuição de água, possibilitando, desta forma, a regularidade do abastecimento nas demais regiões. As regiões que ficaram de fora do rodízio não interferiram nos níveis dos reservatórios afetados pelo rompimento da adutora na travessia do rio Paraopeba.”
Copasa estima que 3 bilhões de litros de água são desviados por mês; volume abasteceria 1 milhão de pessoas e poderia evitar rodízio
Antes do rompimento da adutora no Sistema Serra Azul, a população já vinha reclamando do abastecimento de água, principalmente os moradores das áreas mais altas das cidades.
Um estudo da Copasa diagnosticou que há cerca de 300 mil ligações clandestinas, que desviam 3 bilhões de litros de água por mês, volume que poderia abastecer 1 milhão de cidadãos.
A maior parte dessas fraudes são provocadas pelos clientes formais da companhia, ou seja, grandes empreendimentos, como supermercados, postos de gasolina, açougues, lava-jatos, condomínios, entre outros. De acordo com o gerente da Unidade de Serviço de Hidrometria da Copasa, Valter Lucas Júnior, esse volume de água desviado poderia ajudar a evitar o rodízio.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.