Uma startup norte-americana, a Nucleus Genomics, lançou um serviço polêmico: por cerca de 33 mil reais, oferece a triagem genética de até 20 embriões gerados por fertilização in vitro, permitindo aos pais escolher qual será implantado com base em mais de 900 condições genéticas.
Chamado de Nucleus Embryo, o serviço promete avaliar desde doenças genéticas raras e predisposição a transtornos mentais até características como cor dos olhos, calvície e longevidade. O processo começa com um simples teste de DNA dos pais, por meio de um swab bucal, e segue com algoritmos que estimam os riscos genéticos em cada embrião.
O cofundador da empresa, Kian Sadeghi, defende a ideia como um avanço que pode aumentar ainda mais a expectativa de vida humana. “Antes da primeira batida de um coração, há o DNA”, diz ele.
Mas a técnica não vem sem controvérsias. Especialistas da Faculdade de Direito de Harvard alertam para os riscos éticos e sociais do procedimento, que pode reforçar estigmas e exclusão de pessoas com deficiências ou condições genéticas. A triagem poligênica é também criticada como uma nova forma de eugenia moderna, acessível apenas a quem pode pagar.
Embora a tecnologia prometa um bebê “mais saudável”, os cientistas reforçam: trata-se de probabilidades, não garantias. A escolha de embriões com menor risco genético não significa a eliminação total de doenças ou defeitos.
O debate continua: avanço científico ou risco ético?
Foto: u_96tmu9c4/Pixabay | Fonte: G1
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