Mundo se divide após ataque dos EUA ao Irã. China e Rússia condenam ação

Por Dentro De Tudo:

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Durante reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU neste domingo (22), representantes de diferentes nações expressaram posições divergentes sobre os recentes ataques dos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã. A ofensiva militar, autorizada pelo ex-presidente Donald Trump, gerou reações duras de países como Rússia, China e Irã, enquanto os EUA, Reino Unido e Israel justificaram a ação como necessária para conter ameaças nucleares iranianas.

EUA dizem agir para proteger aliados e cidadãos

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Dorothy Shea, defendeu o bombardeio de três instalações nucleares iranianas, destacando que Teerã “esconde o programa nuclear” e reforçando que os EUA não permitirão que o Irã desenvolva armas atômicas. “Qualquer ataque iraniano será enfrentado com ataques devastadores”, afirmou, ressaltando que a medida visa proteger aliados, cidadãos americanos e os interesses estratégicos do país.

Rússia critica duramente e compara com a Guerra do Iraque

O embaixador da Rússia, Vassily Nebenzia, condenou os ataques e acusou os EUA de lançar bombas pesadas enquanto simulam interesse em negociação. “Ninguém sensato pode acreditar nos nossos colegas americanos”, afirmou, comparando o episódio ao início da Guerra do Iraque, em 2003. Para ele, os EUA demonstram desprezo pelas resoluções da ONU e agem com cinismo.

China pede cessar-fogo e defende diálogo

O representante chinês Fu Cong demonstrou preocupação com o agravamento do conflito no Oriente Médio e criticou o uso da força. Ele destacou que “a paz na região não será alcançada por meio da violência” e pediu que todas as partes voltem à mesa de negociações. “Os caminhos diplomáticos não foram esgotados. Ainda há esperança”, reforçou.

Reino Unido apoia ação, mas defende diplomacia

A representante do Reino Unido, Barbara Woodward, declarou que o ataque norte-americano foi uma resposta à ameaça representada pelo programa nuclear iraniano. Ainda assim, afirmou que uma solução pacífica é preferível. “Agora é o momento da desescalada e da diplomacia. O ideal é que o Irã escolha esse caminho”, declarou.

Irã fala em “agressão flagrante” e promete resposta

O embaixador iraniano Amir Saeid Iravani classificou os bombardeios como uma violação do direito internacional e afirmou que o Irã tem o direito de se defender. Ele rejeitou as acusações sobre o desenvolvimento de armas nucleares e disse que os EUA sacrificaram sua própria segurança para proteger o premiê israelense Benjamin Netanyahu. “A resposta será definida por nossas forças militares”, disse.

Israel diz que Irã nunca quis paz

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, afirmou que o Irã tem usado as negociações internacionais como “teatro” enquanto prossegue com o enriquecimento de urânio com fins militares. “Nunca se tratou de energia pacífica, mas de morte e destruição”, declarou, ao justificar o apoio de Israel à ação americana.

Contexto e consequências

Os ataques dos EUA atingiram instalações como a usina de Fordow, que, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), tem capacidade para operar 3 mil centrífugas de enriquecimento de urânio. A ofensiva ocorre após anos de tentativas do governo israelense de impedir o avanço nuclear do Irã.

Após a ação, grupos aliados ao Irã, como os Houthis do Iêmen, ameaçaram atacar embarcações norte-americanas no Mar Vermelho, ampliando o risco de uma escalada militar regional.

Créditos:

  • Fotos: Andrew Harnik / Getty Images, Wisam Hashlamoun / Anadolu Agency
  • Fonte: Metropoles.com

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