Brasil registra 47 mortes por febre amarela em 2025, um aumento de 1.075%; país investe em vacinação

Por Dentro De Tudo:

Compartilhe

A febre amarela voltou a preocupar autoridades de saúde no Brasil em 2025. O país já contabiliza 47 mortes pela doença, número 1.075% maior do que os quatro óbitos registrados ao longo de 2024. Segundo o Ministério da Saúde, até o final de junho foram confirmados 118 casos, contra apenas oito no ano anterior.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta para o aumento expressivo de casos nas Américas, especialmente no Brasil e na Colômbia — que chegou a decretar emergência sanitária. A principal preocupação está na possibilidade de a doença voltar a circular em ambiente urbano, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue.

No Brasil, o epicentro do surto atual está no estado de São Paulo, responsável por 33 das 47 mortes. Minas Gerais registrou 15 casos e seis mortes, todas no Sul do estado, em área limítrofe com São Paulo. “A doença estava concentrada na Amazônia, mas agora já atinge outras regiões, o que tem relação direta com o avanço desordenado das cidades sobre áreas de mata”, explica a epidemiologista Fernanda Penido, da UFMG.

Segundo ela, o risco da febre amarela urbana ressurgir existe, e a vacinação é a principal arma de prevenção. “O mosquito Aedes aegypti pode se infectar ao picar pessoas não vacinadas. Por isso, todos devem estar imunizados, pois não há proteção coletiva — a vacina protege individualmente”, destacou.

Vacinação avança, mas ainda exige atenção

Diante do aumento de casos, o Ministério da Saúde reforçou a distribuição de vacinas: 13,8 milhões de doses foram enviadas aos estados, com mais de 4 milhões aplicadas até junho. A cobertura vacinal nacional saltou de 73,14% em 2024 para 85,08% em 2025. Em Minas Gerais, entre crianças menores de 1 ano, a taxa já chega a 94,63%.

Entre as ações adotadas pelo governo federal estão o retorno do Dia D de vacinação, campanhas em escolas, busca ativa e repasse anual de R$ 150 milhões a estados e municípios para fortalecer ações locais.

Apesar do avanço, os números ainda estão distantes dos picos anteriores. Em 2018, o país enfrentou um surto com 483 mortes — sendo 203 em São Paulo e 181 em Minas — o que levou à adoção de doses fracionadas emergenciais.

A maioria das vítimas em 2025 é do sexo masculino (80%), o que, segundo especialistas, se deve à exposição maior de homens em áreas rurais e à menor procura por vacinação. “Muitos dos infectados são trabalhadores do campo ou viajantes que circulam em áreas de mata”, explicou Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Como funciona a vacina

Duas vacinas contra febre amarela são disponibilizadas no Brasil: a da Fiocruz (rede pública) e a da Sanofi Pasteur (rede privada). Ambas são altamente eficazes, com proteção superior a 95%. A imunização começa aos 9 meses de idade e, dependendo da faixa etária e histórico de vacinação, pode requerer reforço. A vacina com dose fracionada é válida no território nacional, mas não para o Certificado Internacional de Vacinação.

Esquema vacinal recomendado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais:

  • De 9 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias: 1ª dose aos 9 meses e reforço aos 4 anos.
  • A partir de 5 anos:
    • Com 2 doses anteriores: esquema completo.
    • Com 1 dose antes dos 5 anos: reforço necessário.
    • Com 1 dose após os 5 anos: esquema completo.

A febre amarela é uma doença grave, transmitida por mosquitos em áreas silvestres e, potencialmente, em centros urbanos. A prevenção está ao alcance de todos — por meio da vacinação.

Fonte: O Tempo — Foto: Prefeitura de Piracicaba / Divulgação

#febreamarela #vacinação #saúdepública #epidemia #MinasGerais #SãoPaulo #doençastransmissíveis #aedes #UFMG #OPAS #imunização #Brasil2025 #vacinaja

Encontre uma reportagem