Uma mulher que enfrentava problemas de saúde ligados à obesidade realizou uma cirurgia bariátrica pelo SUS sem saber que estava grávida. Sem conseguir se alimentar ao longo da gestação, perdeu 30 quilos e a filha nasceu prematura, com menos de 600 gramas, desenvolvendo sequelas graves.
Após a operação, a paciente começou a apresentar vômitos constantes e desmaiou de fraqueza cerca de um mês depois. Só então, os médicos descobriram que ela estava no terceiro mês de gestação. O quadro de desnutrição persistiu durante toda a gravidez, e nenhuma alternativa como nutrição parenteral foi oferecida. O bebê nasceu com 28 semanas, teve diversas complicações e hoje, aos 8 anos, enfrenta limitações motoras, cognitivas e respiratórias.
A mãe, que também passou a lidar com sequelas emocionais, entrou na Justiça alegando negligência, por não terem repetido o exame de gravidez antes da cirurgia. O processo durou cinco anos e o hospital venceu. Mesmo assim, ela afirma que não buscava indenização pessoal, mas apoio para os tratamentos da filha, que exige acompanhamento com vários especialistas.
Especialistas apontam que, apesar de não haver norma obrigando a repetição do exame de gravidez antes do procedimento, a recomendação médica é que as pacientes evitem engravidar nos primeiros 12 a 18 meses após a bariátrica, período de risco por conta da rápida perda de peso e possível desnutrição.
Foto: Arquivo pessoal
Fonte: Revista Marie Claire / g1
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