“Fotógrafo Viajante”: Diego Sanches leva o nome de Matozinhos para o mundo

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Com raízes em Matozinhos, fotógrafo percorre fronteiras e volta para casa com imagens e reflexões sobre pertencimento, natureza e identidade

O fotógrafo Diego Sanches Xavier, de 38 anos, é natural de Matozinhos e carrega na bagagem muito mais do que câmeras e equipamentos. Ele leva, sobretudo, o olhar sensível de quem aprendeu desde cedo a valorizar o lugar de onde veio. Criador do projeto Fotógrafo Viajante, Diego tem cruzado fronteiras, paisagens e culturas em suas expedições, mas mantém os pés — e o coração — firmes no chão vermelho e nas memórias da cidade onde cresceu.

Em sua mais recente jornada, Diego encarou uma das aventuras mais desafiadoras da sua trajetória: a subida até o topo do Monte Roraima, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. A caminhada, que começa em solo venezuelano, leva cerca de três dias até o topo. Lá, ele e o amigo Gadetto, guia local, acamparam por cinco dias em locais conhecidos como “hotéis”, inclusive uma caverna. “Essa jornada foi um marco na minha carreira como fotógrafo viajante”, conta.

A experiência, segundo ele, foi possível graças à estrutura oferecida pelos guias Pemons — povo originário que habita a região e mantém viva uma cultura rica e acolhedora. “É impressionante como tudo é bem organizado, mesmo em um ambiente tão inóspito e imprevisível como o Roraima”, relata. As mudanças bruscas de temperatura e o alto índice de chuvas exigem preparo físico, psicológico e técnico.

Além da expedição ao Monte Roraima, Diego já percorreu diversos destinos ao redor do mundo. Entre os países que visitou com sua câmera estão Tailândia, Marrocos, Chile, Argentina, Bolívia, Grécia e Turquia — sempre buscando registrar não apenas as paisagens, mas também as pessoas, as histórias e as expressões culturais de cada lugar.

Mas, por trás das paisagens remotas e aventuras extremas, há sempre um elo com o lugar onde tudo começou. “Viagem pelo mundo, mas sempre volte para casa”, diz a frase estampada no tapete de sua casa — uma filosofia de vida que se reflete na sua relação com Matozinhos. “O que se leva da vida é a vida que se leva. Sempre que posso, tô aí. Minha mãe ainda mora em MTZ e praticamente todo fim de semana estou na cidade. Gosto demais.”

Diego estudou na Escola Santa Terezinha e também passou pelo Colégio Bento, rodando por todos os cantos da cidade na infância e adolescência. Fez Agronomia na UFMG, no campus de Montes Claros, e depois mudou-se para Belo Horizonte, onde iniciou o projeto do Fotógrafo Viajante. Mesmo assim, o vínculo com Matozinhos nunca se perdeu. “Tenho feito muitos vídeos por lá, saindo com a câmera e registrando o cotidiano. A gente valoriza muito o que está longe, mas é importante reparar mais no que está ao nosso redor, no lugar onde a gente cresceu.”

Apaixonado por ciclismo, Diego também recebe grupos de ciclistas de várias regiões para conhecer os roteiros e trilhas de Matozinhos. “Pedalo muito por aí, e tem muita gente que vem de longe para pedalar comigo e conhecer a região.”

Com imagens, histórias e um olhar sempre atento, Diego Sanches segue ampliando horizontes — mas sem jamais deixar de voltar para casa.

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