Senadores democratas dos Estados Unidos acusaram o presidente Donald Trump de “claro abuso de poder” ao impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Em carta enviada à Casa Branca nesta quinta-feira (24), 11 parlamentares afirmam que o republicano estaria usando “a economia americana para interferir em favor de um amigo”, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A medida, segundo os senadores, não se baseia em desequilíbrios comerciais, já que os EUA registraram superávit de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024. Para eles, a decisão tem como principal objetivo pressionar o sistema judiciário brasileiro a encerrar investigações contra Bolsonaro, acusado de tentar minar os resultados das eleições de 2022 e de planejar um golpe de Estado.
“Interferir no sistema legal de uma nação soberana estabelece um precedente perigoso”, afirmam os senadores, alertando que a retaliação brasileira pode afetar consumidores e empresas americanas. Eles destacam que o comércio entre os dois países movimenta mais de US$ 40 bilhões por ano e sustenta cerca de 130 mil empregos nos EUA.
Os democratas também expressam preocupação com o impacto geopolítico da medida, dizendo que uma guerra comercial poderia aproximar o Brasil da China, que já tem ampliado sua influência na América Latina com investimentos em infraestrutura e parcerias estratégicas.
A carta critica ainda a imposição de sanções de visto a autoridades brasileiras envolvidas nas investigações contra Bolsonaro e pede que Trump reconsidere sua postura. “Os objetivos principais dos EUA na América Latina devem ser o fortalecimento de relações econômicas, promoção da democracia e combate à influência da China”, concluem.
Nesta sexta-feira (25), uma comissão de senadores brasileiros embarcou para os Estados Unidos em busca de diálogo. No entanto, o governo Lula foi informado de que Trump não autorizou conversas da Casa Branca com representantes brasileiros. Enquanto isso, o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil expressou interesse nos minerais estratégicos do país. Em resposta, o presidente Lula afirmou que “ninguém põe a mão” nas riquezas nacionais, defendendo a soberania brasileira sobre petróleo, ouro e minerais críticos.
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Fonte: GloboNews
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