Uma nova forma de alistamento, apelidada nas redes sociais como “turismo de guerra”, tem levado brasileiros a se alistarem como voluntários no conflito entre Ucrânia e Rússia. A estratégia de recrutamento ocorre principalmente pela internet, com promessas de apoio logístico, documentação facilitada e até treinamento — promessas que, segundo relatos, não se concretizam.
Um dos casos recentes é do mineiro Gabriel Pereira, de 21 anos, que foi atraído por esse tipo de anúncio no início de 2025 e morreu em combate próximo à fronteira russa. Sua família, sem apoio do governo ucraniano, ainda não conseguiu localizar o corpo. Gabriel trabalhava como cobrador de ônibus em Belo Horizonte e financiou a viagem com recursos próprios, cerca de R$ 3 mil. Ele embarcou para a Polônia em março e seguiu para Kiev, onde foi alocado diretamente em missões de combate, mesmo com o braço quebrado na última operação.
Outro brasileiro, Gustavo Viana Lemos, de 31 anos e ex-militar da Marinha, também teria morrido na guerra. A confirmação, no entanto, ainda não é oficial.
Os recrutadores exigem que os voluntários arquem com os custos da viagem e mantenham segredo, até mesmo da própria família. Segundo relatos, ao chegarem ao país, muitos têm seus passaportes retidos, o que dificulta a repatriação em caso de morte.
O Ministério das Relações Exteriores já registrou nove brasileiros mortos e 17 desaparecidos na guerra.
📸 Fotos: Arquivo Pessoal / Reprodução
📰 Fonte: g1 Minas