SkyWest contesta tarifa de 50% dos EUA e pode adiar entrega de 74 aviões da Embraer

Por Dentro De Tudo:

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A companhia aérea norte-americana SkyWest declarou nesta segunda-feira (28) que não aceitará pagar a tarifa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, incluindo aeronaves da Embraer. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, está prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º). Caso não haja mudança, a empresa admite a possibilidade de adiar as entregas dos jatos encomendados.

Atualmente, a SkyWest tem 74 jatos da Embraer contratados para entrega até 2032. Em conferência de imprensa, o CEO da companhia, Chip Childs, afirmou que a empresa “não está disposta a pagar uma tarifa de 50% sobre as entregas de novas aeronaves” e reforçou que está trabalhando para resolver o impasse tarifário.

“Temos a sensação de que as pessoas estão entendendo a importância disso para pequenas comunidades nos Estados Unidos, o impacto econômico disso para o nosso país. Então, vamos continuar lutando arduamente para avançar na questão tarifária”, disse Childs.

O diretor comercial da empresa, Wade Steele, confirmou que a SkyWest considera adiar as entregas caso a tarifa seja mantida. “Planejamos trabalhar com nossos principais parceiros e a Embraer para adiar a entrega até que a situação tarifária seja resolvida”, afirmou.

Impacto direto para a Embraer

Os Estados Unidos são o maior mercado da Embraer, representando 45% das vendas de jatos comerciais e 70% dos jatos executivos da fabricante. Dos 437 jatos comerciais encomendados atualmente, 229 são destinados a seis companhias americanas — sendo a American Airlines a maior compradora, com 90 unidades, seguida pela SkyWest.

A própria Embraer estima que, se a tarifa de 50% for confirmada, o custo adicional será de aproximadamente R$ 50 milhões por aeronave. Em nota, o CEO Francisco Gomes Neto declarou que dificilmente uma companhia aérea aceitará arcar com esse valor, e alertou para os riscos de cancelamentos, adiamentos, cortes de investimento e demissões.

Durante a pandemia de Covid-19, a Embraer chegou a demitir cerca de 2.500 funcionários, e o temor é que um impacto semelhante volte a ocorrer, caso as tarifas se mantenham.

A empresa brasileira reforçou que está dialogando com autoridades de ambos os países para tentar reverter a medida. “Estamos confiantes de que os governos brasileiro e dos EUA chegarão a um acordo satisfatório para ambos os países, retomando a isenção de tarifas para o setor aeronáutico”, afirmou a Embraer em nota oficial.

Fonte: g1 Vale do Paraíba e Região – Reportagem de Carlos Santos.

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