Apesar dos avanços tecnológicos e da medicina centrada no paciente, milhões de brasileiros ainda negligenciam uma etapa fundamental do cuidado com a saúde: a prevenção. Segundo a cardiologista Ludhmila Hajjar, autora do artigo publicado no blog Receita de Médico, da Editora Globo, o check-up anual, especialmente após os 40 anos, deveria ser encarado como necessidade vital — e não um luxo.
Essa fase da vida marca o início de mudanças fisiológicas importantes. Hipertensão, alterações hormonais, disfunções metabólicas e maior predisposição a doenças crônicas, como o câncer, tornam a avaliação preventiva essencial. Dados do INCA apontam que 66% dos diagnósticos de câncer no país ocorrem a partir dos 40 anos.
No entanto, a cultura do cuidado precoce ainda enfrenta obstáculos. Estima-se que 40% da população só procura atendimento médico quando os sintomas se tornam graves. Isso mostra um paradoxo: mesmo com recursos e diretrizes disponíveis, falta acesso, informação e incentivo à prevenção.
Para a especialista, o check-up deve funcionar como um “mapa da saúde”, permitindo a detecção precoce de anomalias e intervenções menos invasivas. Entre os exames fundamentais estão aferição da pressão arterial, glicemia, perfil lipídico, mamografia, PSA, colonoscopia, ecocardiograma e avaliações da saúde mental.
Ludhmila defende uma abordagem mais empática e educativa por parte de médicos, mídia, escolas e instituições. “A prevenção não é custo — é economia futura”, afirma, ao lembrar que cada real investido nessa área pode gerar economia quadruplicada com tratamentos evitados.
Ao final, o apelo é claro: todos têm direito de envelhecer com autonomia e saúde. A medicina do futuro será cada vez mais preventiva — e cabe à sociedade garantir que isso seja realidade para todos.
Crédito da foto: Giselle Dietze / Sesc / Divulgação
Fonte: Blog Receita de Médico, O Globo
#checkup #prevenção #saúde #medicinapreventiva #exames #idosos #diagnósticoprecoce #envelhecimento #bemestar #direitoàsaúde
