A estudante Juliana Soares, de 35 anos, vítima de uma brutal agressão em um elevador de condomínio em Natal (RN), precisou passar por uma cirurgia de reconstrução facial que durou sete horas. O caso, registrado em vídeo por câmeras de segurança, ganhou repercussão nacional após ser exibido pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo (3).
Juliana foi atacada por seu então namorado, dentro do elevador, na manhã de 26 de julho. O espancamento durou 34 segundos, tempo em que o elevador descia do 16º andar até o térreo. Segundo relato da vítima, ela levou 61 socos violentos, principalmente na região da cabeça e do rosto. “Foi do décimo sexto até o térreo. Ele me esmurrando sem parar”, contou.
O médico responsável pela cirurgia, Kerlison Paulino, comparou as lesões às de vítimas de acidentes de trânsito. “Era como se ela tivesse sofrido um acidente de moto, sem capacete”, disse o cirurgião bucomaxilofacial.
Imagens anteriores à agressão mostram o casal na área da piscina do condomínio. De acordo com a investigação, o agressor teve uma crise de ciúmes. A vítima decidiu permanecer no elevador para garantir que tudo fosse registrado pelas câmeras. Segundo ela, o agressor chegou a dizer: “Você vai morrer”.
O porteiro acionou a polícia após uma moradora encontrar Juliana ensanguentada. Policiais prenderam o agressor em flagrante e, no mesmo dia, a Justiça determinou sua prisão preventiva.
Juliana escreveu, ainda internada e sem conseguir falar, uma declaração crucial para o inquérito: “Eu sabia que ele ia me bater. Então não saí do elevador”. A Delegacia da Mulher trata o caso como tentativa de feminicídio e também apura episódios anteriores de violência psicológica.
A cirurgia foi realizada em um hospital público. Juliana teve três fraturas na região do olho direito, uma fratura grande sob o nariz, além de lesões na maçã do rosto e mandíbula. Apesar da gravidade, não há risco de sequelas neurológicas.
Ela seguirá com acompanhamento por pelo menos dois meses. Emocionada, Juliana declarou: “Minha vida começou agora”. O caso é um alerta para os altos índices de violência doméstica no país — segundo a Polícia Civil, 90% das agressões contra mulheres ocorrem dentro de casa.
Foto: Reprodução/Fantástico
Fonte: Fantástico / TV Globo
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