A China manifestou, nesta quarta-feira (6), apoio explícito ao Brasil diante da entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre parte das exportações brasileiras. Em contato telefônico com o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, afirmou que Pequim apoia o Brasil na “defesa de seus próprios direitos” e na resistência à “intimidação tarifária”.
A sobretaxa, assinada pelo presidente norte-americano Donald Trump, afeta produtos brasileiros como café, carnes e frutas, e é vista por analistas como uma medida de retaliação política. Trump afirmou que a punição econômica está relacionada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, alegando interferência nos interesses dos EUA, especialmente em relação às big techs.
Wang Yi reiterou que a China se opõe à interferência externa nos assuntos internos de outros países e destacou que as tarifas norte-americanas “minam a ordem do comércio internacional”. Ele também relembrou princípios da Carta da ONU, como soberania e não intervenção, para criticar a postura de Washington.
A relação entre China e Brasil tem se estreitado em meio à nova guerra comercial liderada por Trump. A China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil e, recentemente, habilitou mais de 180 empresas brasileiras para exportação de café. O apoio chinês vem após meses de escalada tarifária entre EUA e China, que também resultou em aumentos de tarifas recíprocos, embora as partes tenham chegado a um acordo parcial em maio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em pronunciamento no domingo (3), que o Brasil não aceitará ser tratado como uma “republiqueta”, embora não pretenda desafiar diretamente os EUA. O governo brasileiro deve anunciar medidas de apoio às empresas exportadoras prejudicadas e negocia diretamente com autoridades norte-americanas formas de mitigar os impactos das tarifas.
Crédito da imagem: Ricardo Stuckert / Presidência da República via BBC
Fonte: g1 – Economia
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