Em um mundo cada vez mais acelerado e conectado, cresce a busca por soluções para problemas como insônia, ansiedade e estresse. Entre as alternativas adotadas, estão chás, massagens, técnicas de respiração e, surpreendentemente, o uso de chupetas por jovens e adultos. Essa prática, que tem ganhado espaço principalmente na China e nos Estados Unidos, é vista como uma forma de aliviar tensões e encontrar conforto emocional.
Tradicionalmente associadas a bebês e crianças, as chupetas despertam estranhamento quando utilizadas por adultos, mas têm sido incorporadas por muitos da geração Z como uma espécie de porto-seguro simbólico diante de um cenário marcado por instabilidade econômica, polarização política e preocupações ambientais. Além das chupetas, outras tendências nostálgicas como os bebês reborn, bonecos Labubu e livros de pintura Bobbie Goods também ganham popularidade como formas de escape e autocuidado.
Segundo o South China Morning Post, as chupetas são comercializadas com promessas de melhorar a qualidade do sono, aliviar o estresse diário e até auxiliar no processo de abstinência do fumo. Do ponto de vista psicológico, esse comportamento pode ser explicado pela regressão, fenômeno no qual o indivíduo busca retornar a uma fase anterior da vida em busca de segurança.
O psicólogo Alexander Bez explica que o uso de chupetas por adultos representa um comportamento infantil inconsciente, uma fuga da realidade e das responsabilidades da vida adulta. Ele ressalta, entretanto, que essa prática é um modismo passageiro e não substitui técnicas comprovadas para o alívio do estresse, como terapia, exercícios físicos e momentos de lazer.
Nas redes sociais, vídeos mostram adultos usando chupetas em situações diversas, como no trânsito ou durante crises de burnout, inclusive customizando o acessório com adesivos e pedrarias. Apesar da popularidade momentânea, Bez alerta que o uso da chupeta não possui funcionalidade terapêutica e reforça que estratégias saudáveis são essenciais para o equilíbrio emocional.
Além das chupetas, a busca pela infância simbólica é expressa em outros objetos, como os Labubus — bichinhos de pelúcia customizados que ganharam destaque em 2025 — e que são usados como acessórios modernos, ilustrando o fascínio pela nostalgia.
Bez conclui que, para adultos, a valorização desses objetos é uma conduta abstrata e sem efeito psicoterapêutico, e reforça a importância de métodos comprovados para promover o bem-estar emocional.
Crédito das fotos: babygirl_lindz_13/Tik Tok/Reprodução