O youtuber e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, provocou um terremoto político e social ao publicar um vídeo de 50 minutos denunciando a exposição sexualizada de crianças e adolescentes nas redes sociais. O material, que já ultrapassou 31 milhões de visualizações no YouTube e 100 milhões no Instagram, mostrou casos de jovens em vídeos com pouca roupa, dançando músicas sensuais ou discutindo temas sexuais, enquanto algoritmos das plataformas direcionam o conteúdo para pedófilos — e ainda o monetizam.
A repercussão foi tão intensa que o caso foi exibido no Jornal Nacional e levou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), a anunciar que colocará em pauta projetos que restrinjam o alcance desses conteúdos. O pacote legislativo passou a ser apelidado de “Lei Felca”, e conta com apoio do governo federal. A ministra Gleisi Hoffmann e o advogado-geral da União, Jorge Messias, defenderam a responsabilização das plataformas e a regulamentação de algoritmos que favoreçam esse tipo de crime.
Felca, de 27 anos, natural de Londrina (PR), começou na internet em 2012 com transmissões de videogame e ganhou fama com vídeos de reacts e humor. Nos últimos anos, passou a usar seu alcance para denunciar irregularidades, incluindo publicidade ilegal de apostas online (bets). Agora, sofre ameaças, precisando andar de carro blindado e com segurança particular.
O influenciador também acusou o paraibano Hytalo Santos de explorar crianças em conteúdos digitais, caso que já é investigado pelo Ministério Público desde 2024. Para Felca, a monetização é o motor dessa exploração:
“Tira o dinheiro dessa galera que tudo o que eles fazem perde o sentido.”
O conceito de adultização infantil, segundo o Instituto Alana, refere-se à exposição precoce de crianças a comportamentos, responsabilidades e expectativas do mundo adulto, incluindo a erotização, que pode causar danos psicológicos e emocionais duradouros.
Agora, com a pressão popular e política, a expectativa é que a “Lei Felca” avance ainda nesta semana, estabelecendo regras claras e punições para quem explorar crianças na internet.
Fonte: Só Notícia Boa / G1