Localizada no Alto Paranaíba, a cerca de 500 km de Belo Horizonte, Coromandel tem menos de 30 mil habitantes e é conhecida como a “cidade dos diamantes”. A região possui centenas de kimberlitos — pequenas formações vulcânicas que trazem diamantes à superfície — e a extração é regulamentada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e órgãos ambientais, realizada por cerca de 80 empresas e cooperativas com Permissão de Lavra Garimpeira (PLG).
O g1 visitou a cidade e encontrou moradores que carregam pequenos diamantes nos bolsos, muitas vezes de baixo valor comercial, demonstrando a naturalidade com que convivem com essas pedras. A cidade já produziu os três maiores diamantes do Brasil: “Getúlio Vargas” (727 quilates, 1938), “Darcy Vargas” (460 quilates, 1939) e o segundo maior, de 646,78 quilates, encontrado em maio de 2025 e avaliado em R$ 16 milhões.
Segundo o prefeito Fernando Breno, a extração legalizada gera renda e fortalece a economia local, com parte da receita destinada ao município via Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). A mineração é organizada, com fiscalização periódica da ANM e cooperação de proprietários de terras. Cooperativas como a Coopemg orientam garimpeiros sobre direitos, deveres e preservação ambiental, evitando exploração irregular e riscos de acidentes.
Moradores mais antigos lembram que, no passado, a busca por diamantes era mais informal e lucrativa apenas para poucos. Hoje, o trabalho é profissionalizado, e garimpeiros individuais têm dificuldade em se sustentar, sendo a extração uma atividade mais acessível a quem está organizado em cooperativas ou empresas especializadas.
Com baixos índices de criminalidade, Coromandel combina tradição, economia e segurança, mantendo o equilíbrio entre exploração de diamantes, preservação ambiental e desenvolvimento local.
Crédito da foto: ANM/Divulgação e Gabriel Reis/g1
Fonte: g1 Triângulo e Alto Paranaíba, Gabriel Reis, 16/08/2025
