O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, admitiu ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, no dia 11 de agosto, em Belo Horizonte. A confissão ocorreu durante interrogatório no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta segunda-feira (18). O suspeito teria se entregado à polícia após câmeras de segurança registrarem sua chegada em casa com a arma utilizada no crime. No mesmo dia, os advogados que o defendiam deixaram o caso.
O crime aconteceu no bairro Vista Alegre, região Oeste da capital, quando um caminhão de coleta de lixo estava parado e Renê, em um carro BYD cinza, teria sacado uma arma e ameaçado a motorista do veículo. Em seguida, disparou contra Laudemir, que trabalhava na coleta. O gari foi atingido na região torácica e socorrido ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos. Após o disparo, Renê fugiu e foi localizado em uma academia no bairro Estoril, onde foi preso sem resistência.
Familiares e colegas descrevem Laudemir como trabalhador, pacífico e dedicado à família. Ele deixou esposa, filha de 15 anos e enteadas. No velório, parentes e colegas destacaram sua honestidade e dedicação, cobrando justiça e respeito à categoria dos garis.
Renê, executivo com 27 anos de experiência no setor de alimentos e bebidas, é casado com a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego Balbino Nogueira. Ele ocupou cargos em empresas como Coca-Cola, Vigor, Red Bull e Ambev, e havia começado há menos de duas semanas na Fictor Alimentos, que repudiou sua conduta.
A investigação segue sob responsabilidade da Polícia Civil. A pistola utilizada no crime foi recolhida para perícia, e a Corregedoria da Polícia Civil apura eventual falha na guarda do armamento da delegada. Renê foi autuado por homicídio duplamente qualificado e ameaça, e aguarda audiência de custódia no Ceresp Gameleira.
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Fonte: O TEMPO