Belo Horizonte registra média de oito casos de violência por dia em unidades de saúde

Por Dentro De Tudo:

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Belo Horizonte enfrenta uma média alarmante de oito episódios de violência por dia em unidades de saúde, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Entre janeiro e junho de 2025, foram registradas 1.518 ocorrências, evidenciando a vulnerabilidade de profissionais e pacientes dentro das unidades.

Especialistas apontam que a falta de estrutura e a demora no atendimento contribuem para a escalada de conflitos. Ludmila Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG (Crisp), explica que o estresse dos usuários e a expectativa de atendimento rápido muitas vezes geram ameaças e agressões a funcionários. Ela alerta ainda que há uma percepção equivocada de que a violência garantiria prioridade no atendimento, estratégia presente em diferentes serviços públicos.

A diretora executiva do Sind-Saúde/MG, Neuza Freitas, destaca que os episódios de violência têm aumentado e causado impacto direto na saúde mental dos trabalhadores. Muitos estão afastados de suas funções por não terem condições psicológicas de atender, necessitando acompanhamento médico e psiquiátrico.

As autoridades afirmam que medidas de prevenção estão em andamento. A Prefeitura de Belo Horizonte informou que existe protocolo de abordagem para situações de violência e acompanhamento sociofuncional para trabalhadores afetados. Já a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) mantém vigilância, treinamento das equipes e acionamento da Polícia Militar quando necessário, além de monitorar constantemente novas ações de segurança.

Casos recentes reforçam a gravidade da situação. Em maio deste ano, ocorreram três episódios graves em 24 horas, incluindo agressão a médico, ameaça com arma de fogo e vandalismo. Em agosto, dois jovens foram presos após agredir pessoas e ameaçar funcionários na UPA Venda Nova, no bairro São João Batista.

A população pode denunciar ocorrências em centros de saúde pelo aplicativo PBH APP, pelo telefone 156 ou presencialmente no BH Resolve. Em casos de agressões imediatas, é recomendado acionar a Guarda Civil Municipal pelo número 153.

Fonte: O TEMPO / Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública / Sind-Saúde/MG / Fhemig

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