O Banco Central anunciou medidas para tornar mais rápida a recuperação de valores transferidos em golpes envolvendo o Pix, sistema de pagamento que se consolidou como o mais usado no Brasil. Só no último ano, foram movimentados R$ 26,4 trilhões por meio da ferramenta, que também registra em média 400 mil tentativas de fraude por mês.
Hoje, as vítimas contam com o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite acionar o banco para bloquear a conta que recebeu o dinheiro. No entanto, a eficácia do sistema é limitada, já que os criminosos costumam repassar os valores rapidamente para diversas contas em diferentes instituições financeiras.
Com as novas regras, os bancos serão obrigados, a partir de outubro, a disponibilizar um botão específico dentro da área do Pix para que os clientes possam comunicar a fraude de forma imediata. Em novembro, começam os testes de uma nova ferramenta de rastreamento, que se tornará obrigatória em fevereiro de 2026. A expectativa é que, uma vez registrada a contestação, a devolução dos valores possa ocorrer em até 11 dias.
Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, Renato Gomes, a medida dará mais agilidade e transparência ao processo. A vítima deverá informar como ocorreu a fraude, seja por golpe digital, coerção ou acesso indevido à conta, para que as instituições financeiras possam agir rapidamente no bloqueio preventivo dos recursos.
Casos recentes ilustram o problema. A professora Maria Antônia Gonçalves perdeu mais de R$ 500 após ter sido vítima de um golpe de clonagem de celular, enquanto o taxista Luiz Carlos foi enganado por criminosos que se passaram por advogado e o convenceram a acreditar em uma indenização inexistente. Ambos aguardam a chance de reaver o dinheiro e acreditam que as mudanças trarão mais segurança.
A Febraban e a OAB de São Paulo reforçam que, em situações de fraude, é essencial registrar boletim de ocorrência, reunir provas como capturas de tela e acionar imediatamente o banco. A expectativa é que, com as novas regras, as chances de recuperação dos valores aumentem e a confiança no Pix seja reforçada.
Fonte: Jornal Nacional – TV Globo
