Brasileira com voo cancelado escapa de estupro em quarto reservado pela TAP

Por Dentro De Tudo:

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Uma brasileira de 30 anos relatou ter escapado de uma tentativa de estupro em Paris após a companhia aérea TAP a obrigar a dividir um quarto de hotel com desconhecidos. O episódio ocorreu em 31 de maio, quando o voo TP 439, que seguiria de Paris para Lisboa, foi cancelado.

Segundo a passageira, funcionários da companhia informaram que não havia quartos individuais disponíveis e que, caso ela não aceitasse dividir, teria de pagar do próprio bolso — algo inviável na capital francesa. Assim, foi alocada em um quarto triplo junto de uma alemã e um homem brasileiro, ambos estranhos a ela.

Durante a noite, a alemã deixou o quarto e, pouco depois, a brasileira disse ter sido surpreendida pelo homem nu, tentando violentá-la. Ela gritou, conseguiu se defender e o suspeito deixou o local. O hotel confirmou que a hospedagem foi paga pela TAP.

De volta a Lisboa, a vítima relatou que não recebeu auxílio imediato da empresa, sendo orientada apenas a buscar ajuda na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). No Brasil, registrou boletim de ocorrência por importunação sexual e entrou com processo judicial contra a companhia, pedindo indenização de até R$ 50 mil por assédio moral e negligência.

A defesa da TAP ofereceu inicialmente R$ 3 mil em audiência e, depois, chegou a R$ 5 mil, sem pedido de desculpas. Para a vítima, a proposta foi um sinal de descaso. Uma testemunha alemã, que dividia o quarto, confirmou em declaração escrita que a divisão de hospedagem foi imposta pela companhia, colocando passageiras em situação de vulnerabilidade.

A brasileira afirma que decidiu tornar o caso público não apenas por reparação, mas para alertar outras mulheres: “Quantas denúncias já não foram silenciadas por falta de apoio ou forças para prosseguir?”.

Procurada pelo Portugal Giro, a TAP não respondeu.

Fonte: Portugal Giro – Arquivo pessoal da vítima

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