O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta sexta-feira (5/9), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está se “autocondanando” ao solicitar anistia no Congresso Nacional. Lula ressaltou que, neste momento, a responsabilidade de Bolsonaro é provar sua inocência, em vez de buscar anistia.
“O cidadão cometeu essas barbáries todas, e ele agora começa um processo de pedir anistia antes de ser julgado. Ora, o fato de ele estar pedindo anistia antes de ser julgado significa que ele sabe que é culpado. Ele está se autocondenando, porque o papel dele agora está provando a inocência dele”, afirmou Lula em entrevista ao SBT.
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta semana, o julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados, que são acusados de envolvimento em uma suposta trama golpista. Os réus enfrentam acusações de tentativa de golpe, que teria como objetivo impedir a posse de Lula, após a vitória nas eleições de 2022, e manter Bolsonaro no poder.
A Primeira Turma do STF decidiu tornar Jair Bolsonaro e seus aliados réus por suposta participação em uma trama golpista, enfrentando cinco acusações, incluindo tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.
Apesar de manter um discurso público de que será candidato, Bolsonaro permanece inelegível até 2030. Enquanto parte de seus aliados acredita na possibilidade de reverter essa inelegibilidade, outros consideram que, caso ele seja condenado, o impacto na transferência de votos pode ser ainda maior.
O PL, partido de Jair Bolsonaro, está mobilizando esforços para a votação da anistia no Congresso. A proposta, que começou a circular nesta semana, sugere uma anistia geral e irrestrita, que poderia perdoar eventuais condenações do ex-presidente, permitindo até mesmo a reversão de sua inelegibilidade.
“Todo mundo sabe o que aconteceu nesse país, todo mundo sabe o que aconteceu em 8 de janeiro [de 2023], todo mundo sabe a ocupação dos quartéis, todo mundo sabe da bomba do aeroporto. Por que esse cidadão está vendendo ilusão de que ele é inocente? Não, ele tem que assumir a responsabilidade dele”, enfatizou Lula.
Um dos processos de inelegibilidade de Bolsonaro está relacionado à sua conduta em uma reunião com embaixadores, realizada no Palácio da Alvorada em 2022, onde ele criticou o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas.
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