Do comércio local a grandes marcas, muitos empreendedores estão recorrendo ao TikTok e ao Instagram para se aproximar do público jovem, adotando gírias da geração Z e conteúdos virais para divulgar promoções e atrair clientes. O movimento tem rendido casos de grande alcance, mas também exige cautela para evitar riscos à imagem das empresas e problemas legais.
Um exemplo vem de uma drogaria em Iturama (MG), que apostou em vídeos com expressões populares como “oi divos e divas” e alcançou mais de 4 milhões de visualizações. Segundo a proprietária, o faturamento da empresa cresceu 25% em seis meses com a estratégia. Os funcionários participam de forma voluntária e ajudam na criação dos conteúdos, que são adaptados para cada rede social: mais descontraídos no TikTok e informativos no Instagram.
Em Cabo Frio (RJ), uma loja de materiais de construção também viralizou com o vídeo da “tijolada”, que já ultrapassou 17 milhões de visualizações. A presença digital fortaleceu a marca localmente e atraiu clientes até de outras regiões. Ainda assim, a empresa reforça que impõe limites para não expor funcionários a situações constrangedoras.
Especialistas, porém, recomendam cuidado. Para João Finamor, professor de marketing digital da ESPM, o humor pode atrair atenção, mas não garante aumento nas vendas e pode até gerar rejeição caso seja ofensivo ou mal interpretado. Além disso, é necessário respeitar direitos autorais e obter autorização por escrito dos funcionários que aparecem nos vídeos.
O Sebrae também alerta para a importância da consistência: um vídeo viral pode atrair seguidores de fora da bolha habitual da marca, mas é preciso manter um fluxo de conteúdos relevantes para fidelizar o público. Preparação em estoque, logística e atendimento também são essenciais para transformar visibilidade em resultado real.
Especialistas lembram ainda que funcionários não podem ser obrigados a aparecer em vídeos — isso pode configurar desvio de função e até gerar indenização por uso indevido de imagem. Nesse contexto, muitos empreendedores têm recorrido a microinfluenciadores, que, apesar de terem menos seguidores, conseguem engajar comunidades locais de forma mais autêntica e alinhada ao perfil do negócio.
A aposta na geração Z é considerada estratégica, já que esse grupo, mesmo sem grande poder de compra, influencia fortemente as decisões familiares e será o consumidor principal do futuro. Marcas que conseguirem dialogar com autenticidade e propósito tendem a se destacar nesse processo.
📸 Foto: Reprodução/TikTok
Fonte: g1 – Empreendedorismo