O sistema prisional de Minas Gerais será ampliado em breve, com a construção de novas unidades. Atualmente, pelo menos 22 mil pessoas acusadas de crimes estão em liberdade por falta de vagas em penitenciárias. A informação foi confirmada pelo procurador-geral de Justiça do estado, Paulo de Tarso Morais Filho, durante um café da manhã com jornalistas realizado nesta quarta-feira (17/9), em Belo Horizonte.
“Temos um déficit no estado, e não há como falar em combater crime organizado sem ampliar o espaço. São 22 mil pessoas que precisavam estar presas e estão soltas por aí”, afirmou o procurador. Ele não especificou datas para o início das obras nem os locais das futuras unidades, mas adiantou que os modelos em estudo preveem entre 432 e 864 vagas por presídio.
A iniciativa faz parte de um acordo firmado em fevereiro entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) e o governo estadual. Na ocasião, o termo de compromisso previa tanto a ampliação de estabelecimentos já existentes quanto a construção de novos complexos. Entre os projetos estão três unidades na Região Metropolitana de Belo Horizonte e a reforma da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, além de outras unidades no interior.
Durante o encontro com a imprensa, Paulo de Tarso também destacou que o MPMG vai concentrar esforços no combate ao crime organizado em Minas Gerais. Segundo ele, o modelo de atuação será reestruturado, com maior integração das forças de segurança e reformulação do Centro de Apoio Operacional das Promotorias.
“É o estado se organizando para combater o que é organizado”, disse o procurador, ao defender maior rigor no cumprimento das penas e destacar a necessidade de conter a atuação de facções criminosas oriundas do Rio de Janeiro e de São Paulo que operam em Minas.
Crédito do texto: Cynthia Castro e Salma Freua – O Tempo
Crédito da foto: Alex de Jesus / O Tempo