A depressão funcional é uma condição em que a pessoa mantém sua rotina — trabalho, estudos, vida social — mas enfrenta intenso sofrimento psíquico nos bastidores. Diferente da depressão clássica, que pode incapacitar, a funcional permite que o indivíduo “funcione” externamente, embora com grande esforço emocional.
Segundo especialistas, os sintomas mais comuns incluem tristeza persistente, perda de prazer em atividades, fadiga emocional, dificuldade de concentração, irritabilidade e sentimento de vazio. Muitas vezes, o entorno não percebe a gravidade da situação, pois a pessoa continua cumprindo suas obrigações, o que pode agravar ainda mais o quadro.
O psicólogo Wilson Luconi Júnior, coordenador do curso de Psicologia da Unic Beira Rio, alerta que em uma sociedade que valoriza a produtividade, o “funcionamento constante” pode se tornar uma defesa neurótica contra o sofrimento, dificultando a identificação da depressão.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que mais de 1 bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental no mundo, incluindo ansiedade e depressão, o que representa um dos maiores desafios globais em saúde pública.
O tratamento pode envolver psicoterapia, acompanhamento médico e, em alguns casos, o uso de medicação. Mudanças de hábitos, como atividade física, alimentação equilibrada e fortalecimento das redes de apoio, também são importantes aliados.
“Buscar ajuda psicológica é um ato de coragem. Significa reconhecer o sofrimento e abrir espaço para transformações pessoais necessárias”, destaca Luconi Júnior.
Crédito do texto: Edicase | Por Camila Souza Crepaldi
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