Espremer espinhas pode parecer tentador, mas dermatologistas reforçam que o hábito deve ser evitado em qualquer circunstância. As lesões de acne contêm bactérias e, ao serem apertadas, aumentam o risco de infecção, manchas e cicatrizes permanentes. O mesmo vale para os cravos: a manipulação caseira pode causar lesões na pele.
Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro, Regina Schechtman, as unhas acumulam microrganismos e, em contato com a pele lesionada, ampliam o risco de infecção. A dermatologista Beatriz Bottura acrescenta que manchas e cicatrizes são muito mais difíceis de tratar do que a própria acne.
Produtos com ação secativa podem ajudar na cicatrização, mas, em casos de inflamação intensa, a recomendação é buscar orientação médica. Misturas caseiras divulgadas na internet, além de ineficazes, podem agravar o quadro com queimaduras e irritações.
A limpeza de pele profissional, quando realizada por especialistas, é considerada segura. Ela envolve higienização adequada, uso de material esterilizado, pressão controlada e aplicação de antissépticos. Nessa técnica, conhecida como “cirurgia da acne”, é feita a extração de comedões (cravos) de maneira controlada, reduzindo o risco de complicações.
Apesar disso, nem toda lesão deve ser manipulada. Espinhas muito inflamadas exigem tratamento específico antes de qualquer procedimento estético. Se o paciente não resistir e acabar espremendo uma espinha, os médicos orientam limpar bem a área e aplicar protetor solar para evitar o escurecimento da mancha.
Em situações raras, espremer espinhas na região do rosto pode levar a complicações graves, como meningite. Isso acontece porque as veias faciais têm ligação com vasos intracranianos, o que pode permitir que bactérias atinjam regiões profundas. Além da possibilidade de trombose do seio cavernoso, também existem registros de celulite facial, micobacteriose e abscessos graves causados por estafilococos.
Diversos fatores influenciam no surgimento da acne, incluindo alterações hormonais, estresse, genética, alimentação rica em ultraprocessados e açúcar, uso de medicamentos ou suplementos hormonais e até cosméticos inadequados. Embora mais frequente na adolescência, a acne também pode se manifestar na vida adulta, principalmente em pessoas com pele oleosa ou em casos específicos, como a acne da mulher adulta ou a acne rosácea.
A prevenção passa por hábitos saudáveis: manter uma alimentação com baixo índice glicêmico, usar sabonetes adequados para o tipo de pele, aplicar protetor solar diariamente e optar por produtos não comedogênicos, que não obstruem os poros.
Crédito da foto: Reprodução/Pexels
Fonte: g1