O tratamento para hipertensão arterial no Brasil é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 388 pessoas perdem a vida diariamente no país devido a essa condição, o que ressalta a relevância de um tratamento adequado. Com a publicação da Nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, a atenção ao diagnóstico e tratamento se intensifica, sendo recomendável que todos os hipertensos mantenham níveis de pressão arterial abaixo de 130/80 mmHg, independentemente da idade ou presença de outras doenças.
O controle da pressão arterial é fundamental para a qualidade de vida, e as novas diretrizes impõem um tratamento mais rigoroso, reclassificando a pressão arterial de 12×8, que antes era considerada normal, como pré-hipertensão.
O tratamento no SUS inicia-se nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde o diagnóstico é realizado por meio de consultas médicas, exames e medições frequentes da pressão arterial. O Ministério da Saúde recomenda que pessoas com mais de 20 anos verifiquem a pressão ao menos uma vez por ano e, em casos de histórico familiar de hipertensão, que a medida seja feita, no mínimo, duas vezes ao ano. O primeiro passo é procurar uma UBS, onde um médico avalia a situação do paciente e, se necessário, solicita exames complementares. Após o diagnóstico, o paciente é cadastrado no sistema Hiperdia, que armazena informações clínicas e fatores de risco.
É importante ressaltar que a hipertensão é herdada em 90% dos casos, mas outros fatores também afetam os níveis de pressão arterial, incluindo fumo, consumo de álcool, obesidade, estresse e dieta pobre em sal. Após o diagnóstico, o médico prescreve um tratamento, visto que a hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada. No SUS, os pacientes com indicação de tratamento medicamentoso podem retirar medicamentos nas UBS ou no programa Farmácia Popular, bastando apresentar documento de identidade com foto, CPF e receita médica válida.
A nova diretriz, resultado de uma parceria entre as sociedades brasileiras de Cardiologia, Hipertensão e Nefrologia, considera que estabelecer um limite mais baixo para a pressão arterial é crucial na redução de complicações cardíacas. Estudo recente publicado na revista “The Lancet” sugere que tratamentos mais intensivos podem ser vitais na diminuição de eventos cardiovasculares como infartos e AVCs. Pacientes jovens e com maior risco cardiovascular apresentam melhores resultados ao adotar estratégias de tratamento mais rigorosas. Entretanto, também existem riscos associados a esse controle intensivo, como aumento de eventos relacionados à função renal, episódios de pressão arterial baixa, desmaios e arritmias.
Por fim, os especialistas alertam que um tratamento eficaz para hipertensão deve também envolver mudanças nos hábitos de vida, como a prática regular de atividades físicas, a redução do consumo de sal e o controle do estresse. É fundamental lembrar que a hipertensão é uma doença crônica que requer cuidado ao longo da vida.
Fonte: g1 (https://g1.globo.com/)
Crédito da foto: Thalita Ferraz.