Enquanto poucos lutam pela preservação, muitos ainda escolhem o caminho da destruição. Esse é o retrato do Parque do Barrocão, em Matozinhos, que nesta semana voltou a ser vítima de incêndio criminoso.
Os voluntários, que há anos se dedicam à proteção da área, agora veem parte de seu esforço se transformar em cinzas. Não foi apenas a vegetação queimada – o fogo atingiu também a responsabilidade coletiva, a consciência ambiental e o sonho de décadas de pessoas que acreditam no futuro desse patrimônio natural.
Animais indefesos sofreram com as chamas. Plantas típicas, que vinham sendo recuperadas com tanto trabalho, viraram lenha. E, com elas, o sentimento de que o cuidado de poucos pode ser facilmente destruído pela negligência de muitos.
Ironia do destino
O incêndio ocorre justamente uma semana antes de um evento programado com todo carinho para as crianças, que teria como objetivo promover a educação ambiental e valorizar a importância do Barrocão. O que deveria ser um momento de celebração, agora se mistura à tristeza e à indignação.
Reflexão necessária
“Quem te viu, não mais te vê, Barrocão”. A frase ecoa como lamento e denúncia. Não se colocou fogo apenas na mata, mas também na responsabilidade que deveria ser coletiva.
Como entender o ser humano que destrói o que deveria proteger? Como defender um comportamento que atinge a natureza, os animais e até a esperança das próximas gerações?
O caso reacende um debate urgente: é preciso mais apoio, fiscalização e consciência social para que o Parque do Barrocão não seja lembrado apenas como um espaço perdido pelas chamas, mas como um símbolo de resistência e preservação ambiental em Matozinhos.
