O Anuário Brasileiro da Educação revelou a situação da conexão das escolas públicas com a internet no Brasil. Em uma escola de ensino fundamental localizada em Ceilândia, no Distrito Federal, há 18 roteadores que atendem todas as salas de aula. Caso o sinal falhe, a escola possui cabos como alternativa para garantir a continuidade das aulas. O diretor do Centro de Ensino Fundamental 26 de Ceilândia destacou a necessidade de novos equipamentos mais avançados, mencionando que a instituição está buscando evoluir na tecnologia.
Por outro lado, uma escola no centro de Teresina enfrenta desafios com a conexão à internet, que ocorre de maneira improvisada. O sinal de wi-fi não alcança todos os ambientes, restringindo o acesso principalmente à sala dos professores. A professora Fernanda França expressou sua preocupação com o fato de que as crianças, que têm acesso a celulares em casa, estão limitadas a métodos tradicionais de ensino, como o uso de quadro, caderno e livro, resultando em um aprendizado mais monótono.
De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica, menos da metade das escolas públicas estão conectadas com condições adequadas para uso pedagógico em sala de aula. Apenas 29% contam com internet destinada a gestores e professores, enquanto 4,6% não possuem conexão ou energia elétrica adequada. Somente 2% das escolas públicas têm velocidade apropriada para atender gestores, professores e alunos em laboratórios de informática. Esses dados evidenciam as desigualdades educacionais no país, que estão distantes das metas estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC) para 2026, que prevê a conexão de todas as escolas públicas com internet de banda larga, velocidade e equipamentos adequados.
O Todos pela Educação, que é responsável pelo anuário, reconheceu os avanços dos últimos anos, mas enfatizou a necessidade de um maior comprometimento nas políticas públicas para melhorar os indicadores educacionais. Gabriel Corrêa, diretor da instituição, afirmou que as regiões mais pobres do Brasil apresentam a pior infraestrutura escolar e, consequentemente, os piores indicadores de aprendizagem. Ele destacou a importância da educação como um fator crucial para reverter e superar as desigualdades existentes no país.
O Ministério da Educação, por sua vez, afirmou que está progredindo para que todas as escolas públicas atinjam níveis adequados de conectividade até o próximo ano. Dados de setembro indicam que mais de 65% das unidades já têm acesso à internet com qualidade para uso pedagógico. Além disso, o ministério anunciou a transferência de R$ 305 milhões este ano para que as escolas possam investir em conectividade.
Crédito da foto: Reprodução/TV Globo
Fonte: g1.globo.com
