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Em Minas Gerais, a Justiça determinou o bloqueio de bens que somam mais de R$ 18 bilhões, relacionados a suspeitos de integrarem uma facção ligada ao Comando Vermelho. Durante a operação, 19 pessoas foram presas e foram expedidos 48 mandados de prisão, além de 84 mandados de busca e apreensão ocorrendo em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Amazonas. Entre os bens bloqueados, destaca-se uma mansão localizada em Alagoas.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, o núcleo da organização criminosa que operava em Teófilo Otoni, no leste do estado, era responsável pelo tráfico de drogas. A facção, conhecida como “Família Teófilo Otoni”, funcionava como uma verdadeira empresa do crime, atuando em conjunto com o Comando Vermelho, que tem sua base no Rio de Janeiro. Essa facção possuía estruturas de logística e finanças, além de capacidade para realizar ataques armados.
A major Layla Brunnela, porta-voz da Polícia Militar, informou que existia uma gestão fixa em Teófilo Otoni que prestava contas ao comando da facção no Rio de Janeiro. Essa gestão envolvia o transporte de armamentos e a execução de seus inimigos, utilizando fardamento da Polícia Militar e uniformes da Polícia Civil para se infiltrar em áreas controladas.
As investigações tiveram início há mais de um ano e foram motivadas por operações de combate ao tráfico de drogas em Teófilo Otoni. Ao investigar assassinatos na cidade, a polícia desvendou uma ampla estrutura criminosa com ramificações em diversas partes do Brasil, incluindo a periferia de Belo Horizonte, no Morro das Pedras.
Os investigadores constataram que o núcleo de Teófilo Otoni adquiria drogas de traficantes alinhados ao Comando Vermelho no Amazonas, realizando os pagamentos através de empresas de fachada, que operavam nos setores de gás de cozinha, internet e, principalmente, de pescados.
O procurador-geral de Justiça, Paulo de Tarso, enfatizou a importância de atacar o coração financeiro dessas organizações para combater o crime organizado. Ele ressaltou que a desarticulação do crime se dará por meio de ações de inteligência e pela neutralização dos recursos financeiros, que são essenciais para a sobrevivência das facções.
Fonte: g1.globo.com
Crédito da foto: Reprodução/TV Globo